CONFLITO

Guerra em Gaza estremece final do Eurovision na Suécia

O concurso tem sido rodeado por polêmicas, depois de permitir a participação de Israel apesar dos múltiplos apelos para excluir o país devido à sua ofensiva contra a Faixa de Gaza

Manifestantes pró-palestinos que se opõem à participação de Israel na 68ª edição do Festival Eurovisão da Canção (ESC) manifestam-se em Malmo, Suécia, em 11 de maio de 2024 -  (crédito: Tobias SCHWARZ/AFP)
Manifestantes pró-palestinos que se opõem à participação de Israel na 68ª edição do Festival Eurovisão da Canção (ESC) manifestam-se em Malmo, Suécia, em 11 de maio de 2024 - (crédito: Tobias SCHWARZ/AFP)

A final do popular festival de música Eurovision está marcada para este sábado (11/5), na cidade sueca de Malmö, onde milhares de manifestantes pró-palestinos protestaram contra a participação de Israel devido à guerra em Gaza.

Após garantir sua vaga na final na quinta-feira (9), a cantora israelense Eden Golan, com sua música "Hurricane", é cotada como favorita para vencer o concurso, que no ano passado foi assistido por mais de 160 milhões de telespectadores.

O concurso tem sido rodeado por polêmicas, depois de permitir a participação de Israel apesar dos múltiplos apelos para excluir o país devido à sua ofensiva contra a Faixa de Gaza.

Em Malmö, onde vive a maior comunidade de origem palestina da Suécia, entre 2.000 e 3.000 pessoas, segundo uma primeira estimativa da equipe da AFP presente, reuniram-se pacificamente para protestar contra sua participação. 

"Não somos contra o Eurovision, mas contra a participação de Israel. Não queremos a sua representante (...) por causa do que está acontecendo em Gaza", declarou o aposentado sueco Ingemar Gustavsson.

A União Europeia de Radiodifusão (UER), que suspendeu a Rússia há dois anos devido à guerra na Ucrânia, confirmou em março a participação de Israel, embora tenha solicitado à sua representante que modificasse a música apresentada.

A canção, então chamada "October Rain", foi considerada muito política por suas aparentes referências ao ataque do Hamas em 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza.

À polêmica sobre a participação de Israel, juntou-se um incidente com o representante neerlandês, Joost Klein, que foi desclassificado pela organização do concurso na manhã deste sábado, após ter sido denunciado por um membro da equipe de produção.

A denúncia está sendo investigada pela polícia.

O caso, cuja natureza exata é desconhecida, nada tem a ver com a atitude do candidato em relação a outras delegações, garante a UER, referindo-se principalmente à discordância mostrada pelo cantor ao ser colocado ao lado da participante israelense durante uma coletiva de imprensa.

A emissora holandesa Avrotros classificou a expulsão como "desproporcional", após a qual serão 25 países, e não mais 26, disputando o primeiro lugar do concurso, conquistado pela Suécia na última edição.

A terceira maior cidade sueca espera a chegada de cerca de 100.000 fãs de 90 países, coincidindo com o 50º aniversário da icônica vitória do grupo sueco ABBA no Eurovision com a popular "Waterloo".

O conflito em Gaza já teve destaque nesta 68ª edição do concurso, quando, na performance de abertura da primeira semifinal na terça-feira, o cantor sueco Eric Saade subiu ao palco com um lenço palestino amarrado ao redor do pulso.

Nove participantes desta edição, sete dos quais se classificaram para a final, pediram um cessar-fogo em Gaza.

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postado em 11/05/2024 16:43