Lisboa — Embaixadas e consulados do Brasil espalhados pelo mundo pediram ajuda ao Itamaraty para distribuir um comunicado, inclusive em seu site, a fim de orientar cidadãos que desejam fazer doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. As imagens impressionantes que rodaram o planeta geraram comoção geral e levaram muita gente a procurar as representações diplomáticas em busca de informações sobre como ajudar os gaúchos. A demanda foi tão grande, que acabou gerando confusão, pois não há um procedimento padrão a ser repassado às pessoas.
O caso mais emblemático ocorreu em Portugal. Um post que viralizou nas redes sociais dizia que os três consulados do Brasil em terras lusitanas — Lisboa, Porto e Faro — estariam recebendo doações. A corrida a esses postos obrigou a um posicionamento público para tentar dissipar dúvidas. Em nota, os consulados informaram não ter “qualquer relação com iniciativas pessoais referentes à doação de bens e valores aos afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul”. E acrescentaram: “Recomenda-se aos interessados em realizar doações de qualquer espécie informarem-se sobre as iniciativas e os meios oficiais disponibilizados pelo governo federal e pelo governo do Rio Grande do Sul”.
Para os diplomatas, não há qualquer sentido enviar doações materiais de Portugal ou de outros países para o Brasil, porque o custo de um avião é elevadíssimo. O melhor, argumentaram, é que as pessoas façam doações em dinheiro às instituições credenciadas para receber os recursos, como o próprio governo gaúcho. Por isso, a importância de o Itamaraty unificar o discurso e pôr fim à confusão que se instalou nos últimos dias. Há ofertas até de ajuda de cães farejadores, mas desde que o transporte seja feito pelo governo brasileiro. O primeiro pedido ao Itamaraty para a uniformização das informações sobre as doações foi feito pelo embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro.
Ele contou que foi acionado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, que se ofereceu para montar uma campanha visando a arrecadação de fundos para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, e por uma série de entidades com o mesmo propósito. Para ele, seria interessante o Itamaraty publicar links em sua página na internet de forma que os interessados possam fazer as doações diretamente às instituições indicadas. “Esse assunto está repercutindo muito em Portugal”, disse o embaixador.
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