Uma ativista pelos direitos das mulheres, detida há mais de dois anos na Arábia Saudita, foi condenada a 11 anos de prisão em janeiro passado por acusações relacionadas ao "terrorismo", denunciaram nesta terça-feira (30) duas ONGs de direitos humanos.
Manahel al Otaibi, de 29 anos, foi sentenciada em 9 de janeiro durante uma "audiência secreta", segundo a Anistia Internacional e a ALQST, ambas sediadas em Londres.
A condenação foi divulgada semanas depois "na resposta oficial do governo saudita a um pedido de informações feito pelos relatores especiais das Nações Unidas sobre seu caso", afirmaram as ONGs em comunicado conjunto.
"As acusações contra ela se referiam unicamente à sua escolha de vestimenta e à expressão de suas opiniões na internet, como o fato de ter pedido nas redes sociais o fim do sistema de tutela masculina na Arábia Saudita", indicou o texto.
Ela também foi processada "por publicar" vídeos em que aparece vestindo "roupas indecentes" e indo a "lojas sem abaya", um longo vestido tradicional que cobre todo o corpo.
A resposta saudita à ONU, datada de 24 de janeiro e consultada nesta terça-feira pela AFP, indica que Otaibi "foi condenada por crimes de terrorismo não relacionados ao exercício de sua liberdade de opinião e expressão ou com suas publicações nas redes sociais".
O documento não detalha quais são os "crimes de terrorismo" citados.
Consultado pela AFP, o governo saudita inicialmente não se pronunciou sobre o caso.
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