GUERRA NA UCRÂNIA

Jornalista da Forbes detido por publicações sobre a guerra

Sergei Mingazov foi acusado de propagar "notícias falsas" sobre abusos cometidos pelo Exército na Ucrânia

Um jornalista da edição russa da revista Forbes foi detido, acusado de propagar "notícias falsas" sobre abusos cometidos pelo Exército na Ucrânia, anunciou nesta sexta-feira o seu advogado.

O jornalista russo Sergei Mingazov foi detido em Khabarovsk, no extremo leste da Rússia, por "compartilhar publicações sobre os eventos em Butcha no canal do Telegram da Khabarovskaya Mingazeta", afirmou o advogado Konstantin Bubon no Facebook, em referência ao massacre de 2022 na área próxima a Kiev.

A Forbes informou que até "o momento não conseguiu entrar em contato com Mingazov".

O repórter corre o risco de ser condenado a 10 anos de prisão pelas acusações recebidas. Vários críticos da ofensiva russa na Ucrânia foram detidos por motivos similares.

Alguns foram condenados especificamente porque denunciaram o massacre de Butcha, como o opositor Ilya Yashin, que recebeu pena de oito anos e meio de prisão.

O documentarista Vsevolod Koroliov foi condenado em março a três anos de prisão. Yuri Kokhovets foi sentenciado este mês a cinco anos de trabalho correcional por criticar a ofensiva na Ucrânia quando foi entrevistado pela imprensa na rua.

Além disso, em janeiro, um ativista dos direitos humanos, Gregori Winter, foi condenado a três anos de prisão por divulgar "informações falsas" sobre os eventos em Butcha. 

O Exército russo é acusado de ter cometido um massacre nesta localidade ucraniana durante a retirada da região em 2022.

Moscou nega as acusações e alega que Butcha foi uma "encenação" ocidental, rebatendo os vários testemunhos e evidências apresentadas pelos moradores e autoridades ucranianas.

Quase todos os opositores mais conhecidos da Rússia fugiram do país ou foram detidos. O mais conhecido de todos, Alexei Navalny, morreu em circunstâncias indeterminadas em uma prisão no Ártico em fevereiro.

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