REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

Portugueses tomam as ruas para celebrar a Revolução dos Cravos

A comemoração deste ano ganhou importância maior devido ao forte crescimento da extrema-direita

Lisboa — Milhares de portugueses tomaram as ruas nesta quinta-feira para celebrar o 25 de Abril, dia da Revolução dos Cravos, que devolveu a democracia a Portugal. Foi há exatos 50 anos que o país se livrou da mais longeva ditadura da Europa — 48 anos. A comemoração deste ano ganhou importância maior devido ao forte crescimento da extrema-direita, que, nas eleições de março último, conquistou 50 deputados na Assembleia da República, quadruplicando de tamanho e se consolidando como terceira força política. Não por acaso, o grito contra o fascismo tem sido o mais ouvido entre a multidão.

Para Sônia Monteiro, 54 anos, trabalhadora da área da saúde, é preciso enfrentar os movimentos antidemocráticos, que colocam aa liberdades em risco. “É de arrepiar o crescimento da extrema-direita”, afirmou. Para ela, comemorar os 50 anos da Revolução dos Cravos é uma forma de homenagear seus antepassados, que lutaram pela volta das liberdades. “Muitos morreram para que pudéssemos estar aqui hoje”, ressaltou. “Temos de lutar sempre para preservar a democracia”, emendou.

Vicente Nunes/CB/D.A Press -
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Fotos: Vicente Nunes/CB/D.A Press -
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O aposentado Carlos Lopes, 63, assinalou que a vitória sobre o fascismo que imperou na ditadura de António Salazar foi um ganho que deve ser preservado a todo custo. “Sabemos o que foi esse período. Portanto temos de lutar contra todos os movimentos que tentam atacar a democracia”, frisou. Ele reconheceu, porém, que é importante avançar em pontos como habitação, pois há falta de moradias dignas em Portugal, na saúde e na geração de empregos. Tudo isso, segundo ele, só será possível em um regime democrático e de liberdades.

As irmãs Maria Natalia Morais, 82, e Idima Morais, 74, sabem muito bem o que foi a ditadura salazarista. “Vivi isso, e foi terrível”, disse Natalia. “Embora muita coisa esteja ruim hoje, é mil vezes melhor do que 50 anos atrás. Não quero que a ditadura volte jamais”, complementou Idima. Elas garantiram que, enquanto puderem, vão sempre celebrar a conquista da democracia no 25 de abril.

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