O novo presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, subiu ao palco no fim da campanha eleitoral de mãos dadas com as suas duas esposas. O gesto foi inédito e Bassirou quis enviar uma mensagem a um país de maioria muçulmana, onde a poligamia é uma prática tradicional e religiosa.
"Esta é uma consagração da tradição da poligamia ao mais alto nível do Estado, uma situação que reflete a tradição senegalesa", disse o sociólogo Djiby Diakhate à AFP.
A primeira esposa do presidente eleito, Marie Khone, é natural da mesma cidade do presidente senegalês. Eles se casaram há 15 anos e têm quatro filhos. O político celebrou o segundo casamento com Absa Faye há um ano.
No Senegal, muitos casamentos não são registrados, o que torna difícil estimar a prevalência da poligamia, mas um relatório de 2013, do escritório nacional de estatísticas, informou que 32,5% das pessoas casadas fazem parte de uma união poligâmica.
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A poligamia é generalizada no Senegal, especialmente nas zonas rurais. O islã permite que os homens tenham até quatro esposas, desde que tenham recursos para sustentá-las e passem tempo igual com cada uma.
Embora seja uma prática comum, a poligamia gera debates no Senegal. A autora senegalesa Mariama Ba criticou duramente a poligamia no romance de 1979, Uma Carta Tão Longa, no qual descreve o sofrimento e a solidão das mulheres quando os seus maridos decidem ter uma segunda esposa, geralmente mais jovem.
*Com informações da AFP
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