JULGAMENTO DE TRUMP

Juiz de Nova York multa Trump em US$ 9 mil por ofensa no tribunal

Trump é o primeiro ex-presidente dos EUA a enfrentar acusações criminais, e a sua presença no tribunal limita a dedicação integral à campanha eleitoral

Trump foi multado por nove violações da ordem que havia recebido para não atacar o tribunal. -  (crédito: Seth Wenig / POOL / AFP)
Trump foi multado por nove violações da ordem que havia recebido para não atacar o tribunal. - (crédito: Seth Wenig / POOL / AFP)

O juiz de Nova York, Juan Merchan, impôs uma multa de 9 mil dólares (46 mil reais) ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, nesta terça-feira (30), por insultar o tribunal onde está sendo processado por falsificação de documentos contábeis. 

Segundo Merchan, que anunciou a sua decisão a Trump na abertura de uma nova audiência do julgamento, o acusado violou a ordem de não insultar testemunhas, jurados, membros do tribunal ou seus familiares.

Trump foi multado por nove violações da ordem que havia recebido para não atacar o tribunal.

Cada violação foi punida com 1.000 dólares e ele foi ordenado a remover "os comentários ofensivos" até a tarde desta terça-feira - sete dos quais foram postados em sua plataforma Truth Social e dois no site de sua campanha para as eleições de novembro.

Merchan advertiu o ex-presidente (2017-2021) que ele poderia ser preso em caso de reincidência.

"O tribunal não tolerará violações repetidas de suas ordens e, se necessário e nas circunstâncias adequadas, irá impor uma pena de prisão", enfatizou o juiz.

O juiz emitiu sua ordem antes da retomada dos depoimentos no histórico julgamento do magnata republicano sob a acusação de falsificar registros comerciais para pagar pelo silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, com quem ele teve um suposto caso extraconjugal. 

Trump é o primeiro ex-presidente dos EUA a enfrentar acusações criminais, e a sua presença obrigatória no tribunal limita a dedicação integral à campanha eleitoral, menos de sete meses antes da sua esperada revanche com o presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, que o derrotou em 2020.

O bilionário é acusado de falsificar registros comerciais para reembolsar seu então advogado, Michael Cohen, por 130 mil dólares (424 mil reais na cotação da época) pagos a Daniels poucos dias antes da eleição de 2016, na qual ele derrotou a democrata Hillary Clinton. 

Daniels, de 45 anos, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, na época ameaçou tornar pública sua história sobre um suposto encontro sexual com Trump em 2006 que poderia ter atrapalhado sua campanha na Casa Branca. 

Trump nega ter tido relações sexuais com Daniels e aproveitou as aparições fora do tribunal de Manhattan para criticar a sua acusação, dizendo que constitui uma "caça às bruxas" lançada pelos democratas para atrapalhar a sua tentativa de recuperar a Presidência.

- "Pegar e matar" -

Gary Farro, ex-CEO do agora extinto First Republic Bank, prestou depoimento nesta terça-feira, após um breve depoimento na sexta-feira. 

Cohen, uma espécie de intermediário de Trump, abriu uma conta no First Republic em nome de uma empresa chamada Essential Consultants para providenciar o pagamento a Daniels. 

Espera-se que Cohen, que se tornou um crítico ferrenho de Trump, e Daniels sejam as principais testemunhas durante o julgamento. 

A abertura do julgamento foi dominada na semana passada pelo depoimento de um ex-editor do tabloide National Enquirer, que alegou ter removido histórias potencialmente prejudiciais sobre Trump.

David Pecker, de 72 anos, descreveu uma prática conhecida como "pegar e matar", que envolvia comprar e depois enterrar histórias picantes que poderiam ter sido embaraçosas para o magnata do setor imobiliário e prejudicar sua campanha.

Por exemplo, o ex-editor disse ao tribunal que pagou 30 mil dólares (155 mil reais na cotação atual) para remover uma história sobre um porteiro da Trump Tower que promoveu uma alegação aparentemente falsa de que o magnata havia tido um filho fora do casamento.

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postado em 30/04/2024 14:38 / atualizado em 30/04/2024 14:38
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