O Conselho de Segurança da ONU tem uma reunião extraordinária marcada para este domingo (15/4). A reunião foi convocada a pedido de Israel, após o ataque do Irã ao país. Neste sábado, o Irã lançou cerca de 300 mísseis contra Israel. A maioria foi interceptada pelo domo de ferro, e segundo as autoridades do país, não houve feridos.
O Irã argumenta que o ataque foi uma resposta ao atentado à embaixada do Irã em Damasco, capital da Síria, no dia 1° de abril de 2024. O Irã atribui o ataque à Israel e revida, com base no artigo 51 da Carta das Nações Unidas que trata da defesa da soberania nacional, conforme explica o professor de direito e relações internacionais do Centro Universitário de Brasília (Ceub) Danilo Porfírio.
"Esse ataque contra Israel é justificado, aos olhos do Irã. O Argumento do Irã é que junto à guerra, Irã x Hamas ele (o Irã) não seria um agente. Mas nós sabemos que o Irã age dentro da lógica proxie, que seria uma guerra por procuração, porque o Irã é principal agente logístico nessa guerra contra Israel", explicou o professor.
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou em, entrevista exclusiva ao Correio, que espera que o Conselho de Segurança da ONU condene o ataque e aprove sanções contra o Irã. "É um ataque de um país contra outro país. Um ataque de um país, no território dele. Digamos, o Irã atacou Israel no território israelense. Isso não é uma discussão, é o que é. É uma violação muito clara e grave, de todas as leis internacionais e ordem internacional. Então é um assunto que o Conselho de Segurança deve discutir e condenar", afirmou.
Zonshine também tem a expectativa de que o Conselho defina a Guarda Revolucionária do Irã como terrorista. "Além da condenação, esperamos a definições das Guardas Revolucionárias do Irã, que foram responsáveis pelo o que aconteceu, como terrorista. Porque foi isso que aconteceu, um ato de terror de um país contra outro", definiu o embaixador.
O professor Danilo Porfirio, no entanto, acredita que a reunião não trará respostas práticas. Isto porque tanto Israel quanto Irã têm aliados como membros permanentes do Conselho, capazes de vetar qualquer proposta apresentada. "O que temos que ver é que vamos entrar num novo impasse no Conselho de Segurança da ONU. Porque qualquer medida de apoio ao Irã será vetado pelos americanos. E qualquer medida condenando o Irã será vetada provavelmente pela Rússia, que é a principal parceria entre as grandes potências do Irã. No mais, se alguma sanção for imposta, provavelmente ela será descumprida", projetou o especialista em direito e relações internacionais.
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