República Tcheca

Hospital tcheco pede desculpas por erro que causou aborto involuntário

Ambas eram asiáticas e residentes permanentes na República Tcheca. A equipe do hospital as confundiu e realizou a cirurgia na paciente grávida

A equipe do hospital as confundiu e realizou a cirurgia na paciente grávida, que perdeu o feto -  (crédito: freestocks/unsplash)
A equipe do hospital as confundiu e realizou a cirurgia na paciente grávida, que perdeu o feto - (crédito: freestocks/unsplash)

Um hospital em Praga pediu desculpas nesta quinta-feira (4/4) a uma paciente que foi submetida por engano a um aborto involuntário na semana passada.

O incidente começou com a ida de duas mulheres grávidas ao hospital, uma para um exame de rotina e outra foi para realizar uma curetagem, ou seja, para a remoção de tecidos, um procedimento que também é utilizado para realizar abortos.

Ambas eram asiáticas e residentes permanentes na República Tcheca, de acordo com a mídia local. A equipe do hospital as confundiu e realizou a cirurgia na paciente grávida, que perdeu o feto.

"Infelizmente, foi um erro humano, uma falha humana", disse nesta quinta-feira o chefe do hospital Bulovka de Praga, Jan Kvacek, à imprensa.

Kvacek destacou que o hospital "lamenta profundamente" o que ele descreveu como uma confusão "trágica", e afirmou que o estabelecimento ofereceu assistência psicológica e jurídica à paciente.

"Sem dúvida, ela tem direito a uma indenização", acrescentou, atribuindo o erro a um problema de comunicação.

O chefe do departamento de Obstetrícia e Ginecologia do hospital, Michal Zikan, indicou que a paciente havia assinado um documento em tcheco que, contudo, pertencia à outra paciente.

"Três dias antes, a paciente foi informada detalhadamente e na presença de um intérprete sobre o que seria feito, que era apenas um exame", disse Zikan aos jornalistas.

Segundo ele, os cirurgiões "não tinham motivo para pensar que estavam atendendo a uma paciente diferente".

Após a confusão, o centro suspendeu um funcionário e determinou que outro trabalhe sob supervisão.

O caso é semelhante ao de Thi-Nho Vo, uma francesa de origem vietnamita que perdeu seu feto em 1991 devido a uma confusão semelhante em um hospital de Lyon, no leste da França.

Thi-Nho apresentou uma queixa ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, acusando o hospital de homicídio culposo. Mas o tribunal decidiu em 2003 que o aborto involuntário de um feto não constitui homicídio.

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Agence France Press
postado em 05/04/2024 13:53 / atualizado em 05/04/2024 13:53
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