PÁSCOA

Papa Francisco celebra Missa de Páscoa e defende a paz

O pontífice fez um apelo à paz e mencionou os diversos conflitos que afetam o mundo e reiterou o pedido de libertação dos reféns israelense

O papa Francisco fez neste domingo (31/3) um apelo à paz e pediu para que "não nos rendamos à lógica das armas", após celebrar a missa da Páscoa diante de uma multidão no Vaticano, acalmando os rumores sobre seu estado frágil de saúde.  

"Não permitamos que as hostilidades em andamento continuem a afetar seriamente a população civil, já exausta, especialmente as crianças. Quanto sofrimento vemos nos seus olhos. Com o seu olhar nos perguntam: Por quê? Por que tanta morte? Por que tanta destruição?", afirmou o pontífice durante a bênção "Urbi et Orbi" (à cidade (de Roma) e ao mundo).

O jesuíta argentino, de 87 anos, mencionou os diversos conflitos que afetam o mundo e reiterou o pedido de libertação dos reféns israelense e de um cessar-fogo imediato em Gaza, no momento em que começa uma nova série de negociações para uma trégua entre Israel e Hamas.

Também pediu um "troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia", países em guerra desde fevereiro de 2022, quando Moscou invadiu a ex-república soviética.

"A guerra é sempre um absurdo e uma derrota! Não permitamos que ventos de guerra cada vez mais fortes soprem sobre a Europa e o Mediterrâneo. Não nos rendamos à lógica das armas e do rearmamento", completou Francisco na basílica de São Pedro.

Poucos minutos antes, Francisco acenou e abençoou, a bordo do "papamóvel", os quase 60.000 fiéis presentes na Praça de São Pedro.

"Viva o papa!", gritaram alguns peregrinos, com os smartphones nas mãos ou agitando bandeiras diante de um grande dispositivo de segurança.

O líder da Igreja Católica seguiu de cadeira de rodas até o altar, decorado como todos os anos com muitas flores.

Maratona 

Na sexta-feira, o pontífice cancelou na última hora sua participação na tradicional Via Crucis no Coliseu, o que provocou novas preocupações com seu estado de saúde.

O Vaticano argumentou que a decisão foi tomada "para preservar sua saúde antes da Vigília Pascal" do sábado da Semana Santa e da "missa do Domingo de Páscoa".

E, de fato, Francisco celebrou no sábado, normalmente e sem sinais de cansaço, a cerimônia de duas horas e meia com a presença de 6.000 fiéis. Também pronunciou uma homilia de 10 minutos em italiano sem dificuldade aparente.

O cancelamento de última hora, quando a cadeira papal já estava posicionada no Coliseu, e o comunicado lacônico do Vaticano contribuíram para atiçar as preocupações sobre a saúde frágil de Jorge Bergoglio.

A Semana Santa, um dos pilares do calendário litúrgico católico, contempla uma série de cerimônias que terminam com o Domingo de Páscoa e pode ser comparada a uma maratona para um octogenário que utiliza uma cadeira de rodas há dois anos.

Nos últimos dias, Francisco cumpriu seus compromissos e presidiu a celebração da Paixão de Cristo durante quase duas horas, na tarde de sexta-feira, antes de cancelar sua presença na Via Crucis.

Mas recentemente pareceu cansado e foi obrigado em diversas ocasiões a delegar a leitura de seus discursos devido a uma bronquite, pela qual foi submetido a exames em um hospital de Roma no final de fevereiro.

Ele também suspendeu a leitura de sua homilia no Domingo de Ramos, sem dar explicações.

Apesar de se submeter a uma cirurgia abdominal importante em 2023, Francisco, que nunca tira férias, segue com um ritmo de trabalho intenso no Vaticano, onde pode receber dezenas de interlocutores em apenas uma manhã.

O pontífice, no entanto, não fez nenhuma viagem desde sua visita a Marselha, no sul da França, em setembro e teve que cancelar sua participação na cúpula do clima da ONU, a COP28, em dezembro, em Dubai, também devido a uma bronquite.

Uma viagem anunciada para Ásia e Oceania nos próximos meses, que o Vaticano não formalizou até o momento, parece mais incerta do que nunca. 

A Indonésia, porém, anunciou neste domingo que o papa Francisco visitará o país em setembro.

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