INVESTIGAÇÃO

O que se sabe de prisões preventivas da PF no caso Marielle Franco

Policiais prenderam deputado federal, conselheiro do TCE e ex-diretor da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A Polícia Federal realizou neste domingo (24/3) três mandados de prisão preventiva relacionados ao homicídio da então vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, Marielle Franco, e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

Segundo confirmaram fontes da PF, foram presos os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, além de Rivaldo Barbosa.

Chiquinho Brazão é deputado federal pelo União Brasil e chegou a ser secretário especial de Ação Comunitária da prefeitura do Rio de Janeiro.

Seu irmão Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Eles estavam sob investigação no caso, a partir da delação do ex-policial militar Elcio de Queiroz, acusado de ter dirigido o carro usado no assassinato de Marielle e Anderson.

Em entrevista a O Globo em janeiro, o conselheiro afirmou ser inocente e não ter ligação com o crime: "não conheci essa gente, graças a Deus". A BBC News Brasil ainda não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos.

O terceiro preso preventivamente, Rivaldo Barbosa, é ex-diretor da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Segundo a fonte da PF ouvida pela BBC News Brasil, a morte de Marielle teria sido encomendada por conta da resistência da vereadora a um projeto de lei que regulariza condomínios na zona oeste do Rio de Janeiro. A zona oeste tem bairros controlados por milicianos que exploram empreendimentos imobiliários na região.

Em 19 de março deste ano, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, havia anunciado que a delação premiada de Ronnie Lessa, preso acusado de ser o executor do crime, havia sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal, por envolver pessoas com foro privilegiado.

O ministro havia dito que a conclusão do caso Marielle ocorreria “em breve”.

Em postagem no X (antigo Twitter), Anielle Franco, irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, afirmou neste domingo: "só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um passo para conseguirmos respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?"

A operação da PF deste domingo, chamada Murder Inc, também envolve 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, expedidos pelo STF, e tem “como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça”.

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