Uma mãe britânica cuja filha tem a síndrome do cabelo impenteável quer ensinar à menina que o "diferente é bonito".
Layla, de três anos, foi diagnosticada com a condição rara quando tinha cerca de um ano.
A família vive no vilarejo de Great Blakenham, na Inglaterra. A mãe, Charlotte, diz que o cabelo da filha fica constantemente “fofo”, pois carece de proteínas e cresce de uma forma diferente.
“Não a tratamos de forma diferente, mas o resto do mundo sim”, conta Charlotte.
A mãe diz que o maior desafio para a família é explicar o que é “consentimento” para Layla — porque outras pessoas não parecem respeitar esse distanciamento ao se aproximar do cabelo dela.
“As pessoas simplesmente chegam e tocam nela”, relata.
"Como você ensina a uma criança que não é certo chegar e tocar em alguém?"
A mãe conta que, desde cedo, as pessoas notavam que o cabelo de Layla era diferente. Depois da terceira ou quarta infecção nas unhas da criança, a família decidiu fazer exames.
Um tricologista (especialista em cabelo e couro cabeludo) ficou “emocionado porque foi o primeiro caso que viu”.
“Fiquei chocada, sempre soubemos que ela era especial, mas então ela foi diagnosticada como especial”, disse Charlotte.
A mulher conta que criou uma conta no Instagram para “educar as pessoas” sobre a condição e sobre lidar com as diferenças.
“Não há muito que ela possa fazer com seu cabelo e quero que ela o ame. Quero que ela saiba que as pessoas também o amam.”
A mãe conta que, quando recentemente foi a um supermercado, um homem lhe questionou agressivamente: “Por que você penteia o cabelo da sua filha assim? Parece que você esfregou balões nela”.
Charlotte relata que pensou cuidadosamente em como responder, pois isso mostraria a Layla como lidar com esse tipo de situação.
“Eu disse: Não fiz nada no cabelo dela, ele é natural e acho lindo.”
O que é a síndrome do cabelo impenteável
A síndrome do cabelo impenteável é uma condição rara causada por uma mutação genética.
A ponta do cabelo é mais irregular, às vezes parecendo um triângulo ou um coração.
Normalmente, a ponta do cabelo é regular, com um corte tranversal, de acordo com pesquisa publicada no American Journal of Human Genetics.
Segundo pesquisadores, a condição, que geralmente ocorre na infância, melhora com o passar dos anos na maioria dos casos.
- 'Ouvir meus filhos rirem é uma tortura': a condição rara que transforma sons em dor
- O que aprendi em minha desesperada busca por solução para acne severa
- O brasileiro de 8 anos que dá palestras em Londres sobre autismo e TDAH