Com a confirmação de que têm delegados suficientes para serem indicados por seus partidos à corrida à Casa Branca, o presidente Joe Biden e o magnata Donald Trump repetem o cenário de 2020 e intensificam as campanhas — e os ataques. "Agora temos que voltar ao trabalho porque temos o pior presidente da história do nosso país — seu nome é Joe Biden, algumas vezes chamado de 'crooked' (corrupto) Joe Biden — e temos que derrotá-lo", afirmou Trump em um vídeo publicado em rede social. Já o democrata afirmou que a campanha do bilionário republicano é "de ressentimento e vingança".
Os resultados das quatro primárias realizadas na terça-feira não surpreendem, pois nem Biden nem Trump tinham rivais em seus partidos. O atual presidente superou a marca de 1.968 delegados necessários ao vencer a disputa na Geórgia, um estado crucial. Ao mesmo tempo, a vitória de Trump em Washington o ajudou a assegurar os 1.215 representantes necessários para obter a indicação republicana.
Geórgia
A caminho de uma revanche de 2020, Biden atacou, em um comunicado, o rival nas eleições de novembro. "Sinto-me honrado de que a ampla coalizão de eleitores que representa a rica diversidade do Partido Democrata em todo o país tenha depositado a sua confiança em mim mais uma vez para liderar o nosso partido — e o nosso país — no momento em que a ameaça que Trump representa é maior do que nunca", afirmou.
Geórgia, Mississippi, Washington e Havaí ofereciam um total combinado de 161 delegados no lado republicano. Trump, sem oposição, precisava de 137 para concluir a disputa de maneira matemática. A notável vitória do ex-presidente em quase todas as primárias estaduais até o momento o levou a garantir a indicação muito antes da maioria dos candidatos em campanhas anteriores.
Nos próximos oito meses, uma campanha extremamente longa marcará a disputa entre os dois homens mais velhos a concorrer à Presidência dos Estados Unidos. Aos 77 anos, Trump insistiu em um comunicado que o Partido Republicano está forte e unido ao redor de seu nome. Na plataforma Truth Social, acusou o rival, de 81, de transformar o país em "uma nação do terceiro mundo". "Mas não temam, não vamos falhar, nós vamos recuperar o nosso outrora grande país", acrescentou.
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Decisiva
Assim como em 2020, a Geórgia, no sudeste, pode ser decisiva nas eleições de novembro. O duelo anunciado é o mesmo. O estado, localizado na fronteira com a Flórida, costuma inclinar-se pelo candidato republicano. Escolhido em 2016 na disputa contra Hillary Clinton, Trump foi abandonado em 2020, em favor de Biden.
A margem de votos entre eles foi pequena, menos de 12 mil, e o magnata nunca reconheceu sua derrota. Ele chegou a pressionar os funcionários eleitorais estaduais, pedindo por meio de um telefonema que "encontrassem" o número de votos que ele precisava para vencer.
Trump intensificou recentemente seus ataques contra os migrantes que cruzam a fronteira com o México, alegando que "envenenam o sangue" do país. Fortalecido por um discurso agressivo na semana passada no Congresso, Joe Biden viajou até Atlanta para mobilizar o eleitorado afroamericano e latino.
Nas primárias democratas, Biden venceu nas Ilhas Marianas do Norte, controladas pelos Estados Unidos, e nos estados da Geórgia, Mississippi e Washington, assim como entre os residentes no exterior. Outros estados em que o voto pode se inclinar para um ou outro partido e que podem decidir o resultado das eleições são Pensilvânia, Michigan, Arizona, Carolina do Norte, Wisconsin e Nevada.