Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta quarta-feira (13/3), o número anual de mortes de crianças caiu para 4,9 milhões em 2022. A taxa global de mortalidade infantil diminuiu em 51% desde 2000. No entanto, a mortalidade infantil ainda é problema global a ser enfrentado, pois seguindo as taxas atuais, 59 países não alcançarão a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de redução de mortes de crianças menores de 5 anos e outros 64 países não atingirão a meta de mortalidade neonatal. Segundo a Unicef, a estimativa é que 35 milhões de crianças morrerão antes de completar cinco anos até 2030.
Das 4,9 milhões de mortes de menores de cinco anos em 2022, 2,3 milhões ocorreram durante o primeiro mês de vida e 2,6 milhões de crianças morreram entre 1 e 59 meses de idade. "Entre 2000 e 2022, o mundo perdeu 221 milhões de crianças, adolescentes e jovens. Isso representa quase toda a população da Nigéria, o sexto maior país em população. As crianças com menos de cinco anos representaram 162 milhões destas vidas perdidas, quase igual à população do Bangladesh, o oitavo país mais populoso do mundo", cita o Unicef.
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- Crianças pobres têm até três vezes mais chance de morrer antes dos 5 anos
O levantamento também chama a atenção para o fato de que uma criança nascida na África Subsaariana tem, em média, 18 vezes mais probabilidade de morrer antes de completar cinco anos do que uma nascida na região da Austrália e da Nova Zelândia. Além disso, crianças nascidas nos lares mais pobres têm o dobro de chances de morrer antes dos cinco anos em comparação com os lares mais ricos, enquanto que as crianças que vivem em ambientes frágeis ou afetados por conflitos têm quase três vezes mais chances de morrer.
O terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU visa garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. As duas primeiras metas são:
- Até 2030 reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos
- Até 2030 acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e crianças menores de 5 anos, com todos os países objetivando reduzir a mortalidade neonatal para pelo menos 12 por 1.000 nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para pelo menos 25 por 1.000 nascidos vivos.
Cabe destacar que países de baixa e média renda registraram queda, mostrando que o progresso é possível quando os recursos são alocados para a atenção primária à saúde. Camboja, Malawi, Mongólia e Ruanda reduziram a mortalidade de crianças menores de 5 anos em mais de 75%.
"O progresso está em risco de estagnação ou reversão, a menos que esforços são tomadas para neutralizar as numerosas ameaças para a saúde e sobrevivência de recém-nascidos e crianças. Um
número inaceitável de crianças continua a enfrentam chances diminuídas de atingir a idade adulta com base em onde nasceram e vivem. O mundo deve agir para salvar a vida de crianças que permanecem vulneráveis, marginalizadas e, em muitos casos, ignoradas por tomadores de decisão", pontua o Unicef.
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