O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou nesta segunda-feira (4/3) de "nazista" o canal de notícias alemão Deutsche Welle (DW), após a exibição de uma reportagem sobre a corrupção no país caribenho.
O canal foi retirado da grade de programação de uma das maiores operadoras de TV a cabo locais. Nem o governo venezuelano nem a rede pública alemã informou se alguma medida foi tomada contra o serviço. Também não foi possível determinar quando a emissora saiu do ar.
Maduro acusou a DW de participação em uma campanha midiática contra a Venezuela, acusação que repetiu em diversas ocasiões. "Tem uma campanhazinha dirigida pela CNN, Associated Press, por todos esses veículos, entre eles um nazista da Alemanha, a Deutsche Welle. Uma campanha dizendo que os venezuelanos são responsáveis por todos os crimes cometidos hoje no mundo", disse o presidente em seu programa de TV semanal. "Alerta com essa campanha, que é para manchar a Venezuela e, por fim, tentar me manchar."
A DW publicou uma reportagem sobre corrupção que acusa políticos do alto escalão da Venezuela de envolvimento no narcotráfico, na mineração ilegal e em extorsão. Maduro também criticou relatos sobre a expansão do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua em países latino-americanos.
O ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez, acusou mais cedo a DW de "mentir, difamar e espalhar o ódio contra a Venezuela", em mensagem publicada na rede social X. Ele chamou de falsa a reportagem feita pelo canal alemão.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) e organizações que defendem a liberdade de expressão denunciaram "uma escalada" contra os veículos de comunicação na Venezuela durante duas décadas de governos chavistas, documentando o fechamento de mais de 200 jornais, rádios e emissoras de TV.
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