Após vetos impostos por Rússia e China, nesta sexta-feira, à proposta americana de cessar-fogo em Gaza, uma resolução para o conflito por parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas foi, mais uma vez, adiada. Uma nova reunião da cúpula, em Nova York, estava marcada para acontecer ontem, mas foi adiada e deve ser retomada apenas na manhã de segunda-feira, em sessão de emergência, para debater um projeto que tanto Rússia como China indicaram apoio.
A proposta, dessa vez, parte de sete dos dez membros não permanentes do Conselho, o chamado E-10, — Argélia, Guiana, Malta, Moçambique, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça — e pede um cessar-fogo durante o mês sagrado do Islã, o Ramadã, que começou em 10 de março e termina em 9 de abril.
O breve texto determina que o cessar-fogo humanitário imediato para o Ramadã leve "a um cessar-fogo permanente e sustentável". Exige também "a libertação imediata e incondicional de todos os reféns" e sublinha a necessidade urgente de proteger os civis e de distribuir ajuda humanitária em toda a Faixa de Gaza.
A resolução proposta pelos EUA para acabar com a guerra em Gaza foi vetada, segundo as delegações chinesas e russas, por ser ambígua, sem atribuição à responsabilidade das autoridades israelenses em áreas-chave da Palestina.
Durante a cúpula, porém, todos os embaixadores apoiaram uma ação rápida para levar alimentos e ajuda vital em grande escala para Gaza, após um relatório da ONU, divulgado na última semana, levantar alarmes sobre a fome na região, enquanto Israel continua a bloquear e retardar o transporte de remessas para o enclave sitiado. Alguns membros do Conselho apelaram também à criação de dois Estados para a solução do conflito em curso.
Essa foi a primeira vez, desde o início da guerra, que Washington acenou uma mudança de posição em relação a seu apoio a Netanyahu. Os EUA haviam vetado, anteriormente, outras propostas de mediação do conflito, inclusive, por parte do Brasil. O Conselho de Segurança já adotou duas resoluções sobre o agravamento da situação humanitária em Gaza, mas nenhuma apelou a um cessar-fogo. (PC)
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