PORTUGAL

Luís Montenegro, de centro-direita, será primeiro-ministro de Portugal

A nomeação do líder da Aliança Democrática foi anunciada oficialmente nesta quinta-feira (21/03) pelo presidente da República. O futuro chefe do Executivo pediu responsabilidade à oposição

Assim que foi comunicado pelo presidente de que será o próximo primeiro-ministro, Montenegro embarcou para Bruxelas, sede da União Europeia, em busca de apoio -  (crédito: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP)
Assim que foi comunicado pelo presidente de que será o próximo primeiro-ministro, Montenegro embarcou para Bruxelas, sede da União Europeia, em busca de apoio - (crédito: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP)

Lisboa — O líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, será o primeiro-ministro de Portugal. O comunicado oficial foi feito nesta quinta-feira (21/3) pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O anúncio ocorre 10 dias depois das eleições. Montenegro assumirá em 2 de abril e espera uma união nacional para aprovar os projetos de interesse do país. Ele não obteve maioria na Assembleia da República, portando, será obrigado a fazer um amplo processo de negociação. O político, de centro-direita, terá duas oposições ferrenhas no Parlamento, da esquerda, liderada pelo Partido Socialista (PS), e da extrema-direita, com o Chega, que se consolidou como a terceira força do país.

Assim que foi comunicado pelo presidente de que será o próximo primeiro-ministro, Montenegro embarcou para Bruxelas, sede da União Europeia, em busca de apoio. Portugal é muito dependente dos recursos repassados pelo bloco, sobretudo para tocar investimentos em infraestrutura e em saúde. O português se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, e, na saída do encontro, pediu aos partidos que tenham responsabilidade para garantir a estabilidade no país. Para ele, não há motivo, nem interno nem externo, para se duvidar da capacidade administrativa do novo governo.

“Não há nenhuma razão para duvidar da maturidade democrática dos portugueses, seja dos que votaram, seja dos que assumiram responsabilidades, no governo e na oposição”, disse o futuro primeiro-ministro. Na avaliação dele, embora não disponha de maioria absoluta, o novo governo tem a confiança dos eleitores e do que se exige dos atores políticos, ou seja, o sentido de responsabilidade. Montenegro fez a sua estreia em Bruxelas ao lado do ainda chefe do Executivo de Portugal, António Costa, que reforçou a necessidade de se garantir a estabilidade no país, evitando sobressaltos que prejudiquem a população.

O primeiro grande desafio de Montenegro será obter os votos necessários na Assembleia da República para revisar o Orçamento de 2024, feito pela administração que está saindo. Ele prometeu cortar impostos, mas, ao mesmo tempo, dar aumentos salariais para professores, policiais e aposentados e pensionistas. O Partido Socialista admitiu apoiar algumas medidas, porém, ressaltou que fará uma oposição responsável e aguerrida. O Chega, que tentou de todas as formas, aderir ao novo governo, sinalizou que vai esperar um posicionamento mais claro de Montenegro para se posicionar, sobretudo em relação à recomposição dos salários de policiais e do reforço de recursos para a saúde.

Os novos ministros serão apresentados em 28 de março. Montenegro quer dar uma cara mais liberal ao governo, mas também passar aos investidores e ao comando da União Europeia a visão de que fará uma gestão responsável. Ele encontrará o caixa do governo ajustado. Nos últimos dois anos, o Partido Socialista conseguiu gerar superavits fiscais (gastou menos do que arrecadou) e derrubou a dívida pública para menos de 100% do Produto Interno Bruto (PIB), atingindo o menor nível desde 2009, auge da crise financeiro mundial.

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postado em 21/03/2024 09:12
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