Vietnã

Vietnã pede pena de morte para empresária por fraude de US$ 12,5 bilhões

Os procuradores pediram ao júri popular a aplicação da pena de morte por desvio de fundos, assim como penas de prisão de até 20 anos no total, por corrupção e violação das normas bancárias

O valor da fraude, 12,5 bilhões de dólares, equivale a 3% do Produto Interno Bruto do Vietnã em 2022 -  (crédito: Sam Williams/Unsplash)
O valor da fraude, 12,5 bilhões de dólares, equivale a 3% do Produto Interno Bruto do Vietnã em 2022 - (crédito: Sam Williams/Unsplash)

O Ministério Público do Vietnã solicitou pena de morte para uma empresária acusada de desviar 12,5 bilhões de dólares (63 bilhões de reais), no maior caso de fraude da história do país, informou a imprensa estatal nesta terça-feira (19/3).

"Segundo a Promotoria, Truong My Lan teve um papel de cérebro, mas não admitiu seu crime, foi obstinada, criticou seus subordinados e não expressou nenhum arrependimento", afirma o jornal Tuoi Tre. A publicação acrescenta que os outros acusados confessaram seus atos.

Os procuradores pediram ao júri popular a aplicação da pena de morte por desvio de fundos, assim como penas de prisão de até 20 anos no total, por corrupção e violação das normas bancárias.

Truong, presidente do grupo imobiliário Van Thinh Phat, é acusada de fraudar mais de 40.000 pessoas, entre 2012 e 2022, com um esquema de empréstimos do Saigon Commercial Bank (SCB), que pertence em mais de 90% a sua empresa.

A empresária foi detida em outubro de 2022. O valor mencionado, 12,5 bilhões de dólares, equivale a 3% do Produto Interno Bruto do Vietnã em 2022.

O julgamento de Truong e de vários cúmplices começou em 5 de março na cidade de Ho Chi Minh, no sul do país.

A dimensão do escândalo provocou protestos de centenas de pessoas na capital Hanói e em Ho Chi Minh, em uma das raras manifestações toleradas no país comunista.

A pena de morte é frequente no Vietnã em casos de entorpecentes, mas é rara para crimes financeiros. As estatísticas sobre sua aplicação são um segredo de Estado, mas, segundo a Anistia Internacional, o país registra "muitas" execuções a cada ano.

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postado em 19/03/2024 14:35