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O governo do Panamá acusou a ONG Médicos sem Fronteiras (MSF), nesta sexta-feira (8), de ocultar dados de migrantes que denunciaram estupros na selva de Darién durante seu trajeto até os Estados Unidos.
A MSF anunciou ontem que o governo panamenho a obrigou a suspender suas atividades humanitárias em Darién, dias depois que a ONG denunciou "um aumento dos ataques brutais e da violência sexual na floresta" contra migrantes.
"Sobre os supostos relatos de violência sexual, a MSF tem que notificar, imediatamente após tomar conhecimento do fato, os dados da pessoa às autoridades locais", para a abertura de uma investigação, ressaltou o Ministério da Saúde. "Solicitamos diversas vezes à MSF para compartilhar os dados completos das supostas vítimas de violência sexual, mas esses relatórios foram enviados incompletos."
O Ministério também avalia se a MSF "cumpriu as normas estabelecidas no Panamá e estipuladas no acordo de colaboração", acrescenta o comunicado, explicando que a ONG teve que suspender suas operações porque expirou o acordo de colaboração entre as partes.
Em 29 de fevereiro, o ministério notificou formalmente a MSF de que teria que suspender suas atividades "até o fim da revisão e avaliação do convênio". A ONG afirmou que foi notificada no último dia 4.
A MSF alertou em 29 de fevereiro para o aumento da violência sexual e "da brutalidade" contra migrantes que cruzam Darién, que fica na fronteira com a Colômbia.
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