Lisboa — O embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, exaltou a liberdade de imprensa como um dos pilares da democracia em cerimônia, na noite de quinta-feira (7/3), na qual homenageou a nova diretoria da Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP).
Ele lembrou que a entidade teve papel relevante dentro do processo de redemocratização do país europeu, ao mostrar para o mundo todos os reflexos do fim da longa ditadura salazarista e da Revolução dos Cravos, que completará 50 anos em abril.
A associação teve a sua fundação iniciada em 1976, se consolidando dois anos depois. O compromisso de seus integrantes, neste momento, é de combater as fake news e mostrar à população os riscos de extremistas chegarem ao poder pregando a intolerância e o ódio.
Portugal terá eleições neste domingo (10/3) e tudo indica que, pela primeira vez, desde a redemocratização, a direita será maioria na Assembleia da República, com a ultradireita mais que dobrando o atual número de parlamentares (12).
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Carreiro também ressaltou o fato de o Brasil, que está na presidência do G20, ter convidado Portugal para integrar o grupo das 20 economias mais ricas do planeta como convidado — são oito no total. “É a primeira vez que Portugal entra nesse seleto grupo.
Nem mesmo quando o G20 foi presidido por um país europeu isso ocorreu, o que mostra o quanto os dois países estreitaram os seus laços e, melhor, o quanto defendem as mesmas bandeiras no contexto internacional”, assinalou.
Segundo o embaixador, o Brasil definiu três temas como prioridades dentro da sua prerrogativa de presidente do G20: a inclusão social e o combate à fome e à pobreza, uma bandeira antiga do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; a promoção do desenvolvimento sustentável e as suas dimensões econômicas, sociais e ambientais; e a reforma efetiva da governança global, que continua com o mesmo modelo há quase 80 anos.
Nesse último ponto, Carreiro destacou a flagrante incapacidade do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas em tomar ações decisivas em relações às guerras que afligem a Europa e o Oriente Médio.
Na avaliação do embaixador, organismos multilaterais como o Fundo Monetário Nacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) não têm um governança interna compatível com o peso dos países do Sul global.
“O Brasil pretende que o G20 dê impulso político às discussões em curso nessas instituições”, frisou. Ele acrescentou que o atual ministro de Negócios Estrangeiros de Portugal, João Cravinhos, reforçou que o país europeu se identifica com as três prioridades definidas pelo Brasil e contribuirá com os debates.
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