Representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmaram, na sexta-feira (1º/2), terem encontrado pessoas com ferimentos de bala após o ataque que deixou mais de 100 mortos em uma fila de comida na Cidade de Gaza, na quinta-feira (29/2). Autoridades israelenses negaram a responsabilidade e o Exército citou que os moradores morreram pisoteados durante a distribuição de ajuda humanitária.
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Uma equipe da ONU visitou o hospital Al-Shifa e levou medicamentos, vacinas e combustível para ajudar a garantir que as instalações médicas continuem funcionando. "Este hospital está tratando mais de 200 pessoas que ficaram feridas ontem. Vimos pessoas com ferimentos de bala. Vimos amputados e vimos crianças de até 12 anos que ficaram feridas ontem", disse o chefe do subescritório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) em Gaza, Georgios Petropoulos.
"We have seen people with gunshot wounds. We have seen amputees and ... children as young as 12 that were injured yesterday."
— UN Humanitarian (@UNOCHA) March 1, 2024
Our team leader in #Gaza talks about the dire situation in Shifa hospital, which is treating more than 200 people injured in yesterday's tragic incident. pic.twitter.com/7ba0w3xgzc
A comunidade internacional, liderada por Estados Unidos, União Europeia (UE) e Nações Unidas, querem uma investigação sobre o ataque contra palestinos famintos que aguardavam por ajuda humanitária. Segundo a ONU, 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza estão ameaçados pela fome após quase cinco meses de conflito. Os ataques israelenes já mataram mais de 30 mil pessoas.
Neste sábado (2/3), o Exército israelense continuou bombardeando a Faixa de Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde, ao menos 92 pessoas morreram nas últimas 24 horas.
Fome em Gaza
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários alertou para urgência de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, pois a maioria da população está passando fome. "Se nada for feito, tememos que a fome generalizada em Gaza seja quase inevitável, e o conflito, que desde Outubro custou a vida a quase 30 mil pessoas e feriu mais de 70 mil, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, terá muito mais vítimas", afirmou Ramesh Rajasingham, diretor da Divisão de Coordenação do Ocha.
"As hostilidades e a escassez de abastecimentos essenciais, incluindo electricidade, combustível e água, deixaram a produção alimentar praticamente paralisada. As cinco fábricas que operavam em Gaza antes de 7 de Outubro cessaram as operações já em novembro. Os graves danos causados às infra-estruturas hídricas provocados pelos combates e o corte do fornecimento de energia e de combustível em outubro afetaram significativamente o acesso à água, que é essencial para a produção de alimentos e a prevenção da subnutrição e das doenças", emenda a organização.
Com informações da AFP*
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