Uma mulher de 33 foi condenada a 20 anos de prisão por manter seu filho de 12 em uma caixa destinada ao transporte de cachorros onde moravam, em Viena, na Áustria. A mãe do garoto foi considerada culpada pelo tribunal austriaco na quinta-feira (29/2) por tentativa de homicídio, tortura de menor e confinamento ilegal após sete horas de deliberações dos jurados.
A cúmplice, de 40 anos, foi a responsável por solicitar socorro para o menino que estava à beira da morte. Mesmo assim, as autoridades condenaram a mulher a 14 anos de prisão por incentivar o "uso contínuo de violência" contra a criança, durante conversas virtuais e telefonemas com a companheira.
Nas investigações, um relatório da perícia constatou que ambas as mulheres envolvidas no caso tinham "distúrbios psicológicos graves", apesar de ainda terem uma certa “capacidade de discernimento”. As acusadas foram internadas em um hospital psiquiátrico para detentos.
Segundo o presidente do Tribunal de Justiça, a criança, hoje com 13 anos, está "completamente destruída". O caso aconteceu em novembro de 2022, quando o menino entrou em coma com hipotermia e foi levado para o hospital.
Durante vários meses, a mulher borrifou água fria na criança enquanto deixava janelas do apartamento abertas, apesar das temperaturas abaixo de zero. Isso fez com que a temperatura corporal do garoto caísse para 26,8ºC.
A acusada teria sido presa no dia seguinte e encaminhada a delegacia em Krems, a oeste de Viena, onde ficou sob custódia. Segundo as autoridades, durante a audiência, a mulher declarou que apenas queria "disciplinar" o filho e que estava "extremamente arrependida pelo que aconteceu", conforme noticiado pela agência de notícias APA.
As autoridades constataram ainda que as agressões eram recorrentes e que a mulher deixava o garoto sem comida e que chegou a amarrá-lo e a trancá-lo em uma caixa de transportes para cães.
Vídeos apresentados durante o julgamento mostram imagens do garoto sem conseguir se movimentar e falar. A defesa do caso apontou falhas nas medidas adotadas pelas autoridades austríacas, já que a escola que o menino frequentava já havia enviado diversos relatórios alertando para a gravidade da situação.
Segundo o jornal austríaco Der Standard, poucas semanas antes de sua internação, o menino havia fugido em busca de ajuda, e pediu para que uma família o auxiliasse, no entanto, acabou sendo levado de volta para casa pela polícia local.
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