Um juiz rejeitou, nesta segunda-feira (26), a liberdade sob fiança a um ex-informante do FBI acusado de mentir sobre o presidente de Estados Unidos, Joe Biden, e seu filho Hunter.
Alexander Smirnov, de 43 anos, foi detido pela primeira vez há duas semanas, acusado de fabricar afirmações sobre supostas propinas exigidas por Hunter Biden à empresa ucraniana Burisma, de cuja junta o próprio Hunter fazia parte, para protegê-la de uma investigação quando seu pai era vice-presidente de Barack Obama.
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Naquele momento, ele foi liberado sob fiança, mas voltou a ser preso na semana passada pela mesma ordem e seus advogados exigiram sua soltura imediata.
No entanto, em uma audiência realizada nesta segunda em Los Angeles, o juiz de distrito Otis Wright manifestou sua preocupação de que Smirnov, com dupla nacionalidade americana e israelense, pudesse fugir.
"Não estou convencido de que existam condições... que garantam que ele não fugirá da jurisdição", declarou.
Os promotores federais argumentaram que Smirnov tinha um histórico de desonestidade e que não há garantias de que retornaria aos tribunais se fosse liberado.
O acusado tem muitos contatos na Rússia e em outros lugares, acrescentaram, e "acesso a mais de 6 milhões de dólares [cerca de R$ 30 milhões] [...], dinheiro mais do que suficiente para viver confortavelmente no exterior durante o resto de sua vida", segundo os documentos judiciais.
A acusação do grande júri contra Smirnov, que veio à tona este mês, pode atrapalhar o processo de impeachment contra Joe Biden impulsionado pelos republicanos no Congresso, já que apresentaram as versões de Smirnov como prova de que os Biden estiveram envolvidos em uma organização criminosa.
A afirmação de que Hunter Biden se aproveitou do nome de seu pai para benefício pessoal é fundamental para essa narrativa republicana, impulsionada, em grande medida, pelo ex-presidente Donald Trump.
A acusação diz que, durante pelo menos uma década, Smirnov atuou como uma "fonte humana confidencial" para a polícia federal americana (FBI), proporcionando a seu supervisor informação para investigações, e que parte do que transmitiu era falso.
Uma declaração posterior afirmava que os serviços de inteligência russos eram a fonte da informação falsa que Smirnov havia transmitido a seu contato no FBI sobre os Biden.
Também dizia que a situação não apenas era antiga, mas que continuava e era um suposto esforço para influenciar nas eleições presidenciais de novembro, nas quais Biden provavelmente enfrentará Trump pela reeleição.
"Durante seu interrogatório sob custódia em 14 de fevereiro, Smirnov admitiu que funcionários associados com a inteligência russa estavam envolvidos na divulgação de uma história sobre [Hunter Biden]", disseram os promotores na semana passada.
Smirnov enfrenta uma acusação por fazer falso testemunho e outra por criar um registro falso e fictício, em suas gestões relacionadas com uma investigação do FBI.
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