PIONEIRISMO

Por que novo módulo que chegou à Lua pode ter caído de lado?

Nesta semana, um módulo lunar de uma empresa privada pousou na Lua

O módulo de pouso lunar Odysseus provavelmente está caído de lado, com a sua parte superior apoiada em uma rocha.

A espaçonave dos EUA, que fez história na quinta-feira (22/2) ao se tornar o primeiro robô construído e operado de forma privada a completar um pouso lunar está em boas condições.

Seu proprietário, a empresa texana Intuitive Machines, diz que o Odysseus está carregado com bastante energia e está se comunicando com a Terra.

Os controladores estão tentando recuperar fotos tiradas pelo robô.

Steve Altemus, CEO e um dos fundadores da Intuitive Machines, disse que ainda não sabe exatamente o que aconteceu, mas os dados sugerem que o robô ficou com um de seus pés preso na superfície e virou porque ainda estava em movimento lateral no momento da aterrissagem.

Outra possibilidade é que o Odysseus tenha quebrado um de seus pés ao cair. Os sensores de medição inercial indicam que o veículo está em posição horizontal.

Qualquer que seja a razão para a posição inesperada da aterrissagem, as antenas de rádio ainda estão apontadas para a Terra e as células solares seguem carregando o sistema de baterias.

Felizmente, todos os instrumentos científicos para fazer observações na Lua estão voltados para cima, o que deverá permitir algum trabalho dos cientistas. A única carga útil no "lado errado" da sonda, apontando para a superfície lunar, é um projeto de arte estático.

"Esperamos obter fotos e fazer uma avaliação da estrutura e de todo o equipamento externo", disse Altemus aos repórteres.

"Até agora, temos bastante capacidade operacional, embora estejamos caídos de lado. E isso é muito emocionante para nós, e estamos continuando a missão de operações de superfície como resultado disso."

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O Odysseus tirou esta foto ao se aproximar cerca de 10 km acima da superfície

O robô foi direcionado para um terreno cheio de crateras perto do polo sul da Lua, e a equipe da empresa acredita que ele chegou muito perto do local alvo — talvez a 2 km ou 3 km de distância.

Um satélite da agência espacial dos EUA chamado Lunar Reconnaissance Orbiter procurará o Odysseus neste fim de semana para confirmar seu paradeiro.

A missão da Intuitive Machines faz parte do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da Nasa, no qual a agência está pagando várias empresas privadas americanas por serviços de carga para a Lua — no caso do Odysseus com um pagamento de US$ 118 milhões.

Todas as empresas são responsáveis pelo financiamento, construção, lançamento e operação das suas naves.

Seis missões CLPS estão planejadas para este ano. A primeira, da empresa Astrobotic, com sede em Pittsburgh, terminou em fracasso. Seu módulo de pouso Peregrino teve problemas técnicos a caminho da Lua e desistiu de pousar. O robô foi trazido de volta para queimar na atmosfera da Terra.

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Ilustração mostra como o Odysseys deveria pousar na Lua – mas acredita-se que ele está de lado

A Intuitive Machines tem mais duas missões em 2024. A próxima verá um robô perfurar a superfície. Outra empresa texana, a Firefly Aerospace, também deve lançar uma missão para a Lua em algum momento dos próximos meses.

A Nasa considera o projeto CLPS uma forma mais econômica de fazer pesquisa e ciência, ao mesmo tempo que semeia o que espera que se torne uma economia lunar próspera.

Joel Kearns, da diretoria de missões científicas da Nasa, descreveu o pouso do Odysseus como uma "realização gigantesca" e uma afirmação da política do CLPS.

Independentemente da sua funcionalidade atual, é improvável que o Odysseus funcione muito além do início de março, quando o local de pouso ficará sob escuridão.

"Assim que o Sol se pôr, as baterias tentarão manter o veículo aquecido e vivo, mas eventualmente ele cairá em um frio intenso e então os componentes eletrônicos que produzimos simplesmente não sobreviverão ao frio intenso da noite lunar. E então, na melhor das hipóteses, esperamos mais nove a dez dias (de operações)", disse Tim Crain, outro fundador da empresa.

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Steve Altemus, CEO da Intuitive Machines, descreve o que ele acha que aconteceu durante o pouso

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