CONFLITO

Inglaterra pode parar de vender armas se Israel insistir na operação em Rafah, diz jornal

Porta voz israelense, contudo, disse que o exército está fazendo de tudo para evitar danos a civis

O Reino Unido poderá suspender as exportações de armas para Israel se o país invadir a cidade de Rafah, em Gaza. É o que diz uma reportagem do jornal britânico The Guardian, publicada nesta quinta-feira (22/2). Fontes ministeriais disseram ao jornal que nenhuma decisão foi tomada com relação à suspensão das exportações de armas para Israel, mas que, caso o governo recebesse um parecer jurídico de que Israel estava violando a Lei Humanitária Internacional (IHL), ele poderá responder rapidamente.

Vale lembrar que a Alta Corte de Justiça do Reino Unido rejeitou um caso que pedia a suspensão das vendas de armas para Israel na terça-feira (20/2). O tribunal decidiu contra o grupo palestino de direitos humanos Al-Haq e seu parceiro Global Legal Action Network (GLAN), com sede no Reino Unido, que argumentaram que o governo havia ignorado suas próprias regras sobre exportação de armas.

A decisão deve ser objeto de recurso à Suprema Corte do Reino Unido. O caso é apenas um dos vários processos movidos contra o governo do Reino Unido por causa das exportações de armas para Israel.

O Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, enviou duas cartas ao Comitê de Relações Exteriores, uma sobre a planejada invasão de Rafah por Israel e reiterou que o Reino Unido é contra a invasão devido à possibilidade de danos civis.

A outra era sobre a exportação de armas para Israel. “Queremos que Israel pare e pense seriamente sobre as repercussões de uma ofensiva militar antes de tomar qualquer outra medida. Muitos civis já foram mortos neste conflito", dizia a carta divulgada pelo The Guardian.

“Desde o começo da guerra entraram na Faixa de Gaza 13 mil caminhões com suprimentos humanitários”, alegou Rafael Rozenszajn, major e porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF). “O exército israelense está fazendo de tudo para não ter civis nas zonas de combate”, acrescenta.

Rozenszajn acrescenta que o exército abortou várias missões devido a presença de civis e desvios de conduta são investigados. “Essa guerra é uma guerra do bem contra o mal”, concluiu o major.

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