A ONU afirmou nesta quinta-feira (22/2) que mais de 14 milhões de pessoas na Ucrânia abandonaram as suas casas desde o início da invasão russa, há dois anos, e quase 6,5 milhões vivem fora do país como refugiados.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), vinculada à ONU, afirmou que quase 4,5 milhões de pessoas retornaram para suas casas mas que 3,7 milhões continuam como deslocadas internas na Ucrânia.
No total, mais de 14 milhões de pessoas, quase um terço da população da Ucrânia antes da guerra, foram forçadas a abandonar as suas casas desde o início da invasão, em 24 de fevereiro de 2022.
"A destruição é generalizada. A perda de vidas e o sofrimento continuam", afirmou a diretora-geral desta agência da ONU, Amy Pope, em comunicado.
Paralelamente, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, criticou o "horrível custo humano" causado pela invasão russa da Ucrânia.
"O ataque armado em grande escala da Rússia à Ucrânia, que está prestes a entrar no seu terceiro ano sem sinais de terminar, continua causando violações graves e generalizadas dos direitos humanos", disse ele em um comunicado.
A OIM afirma ter apoiado 6,5 milhões de pessoas na Ucrânia e em 11 países de acolhida no leste da Europa.
"No entanto, à medida que a guerra entra em uma fase prolongada, as necessidades continuam crescendo e excedendo os recursos disponíveis", acrescentou a OIM.
Durante os primeiros dois anos de conflito, a organização recebeu 957 milhões de dólares em doações (4,7 bilhões de reais na cotação atual).
"Contamos com o apoio crescente de doadores e parceiros locais para enfrentar os desafios futuros e proporcionar uma vida melhor aos ucranianos", disse Pope.
A invasão russa desencadeou a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A ONU estima que precisa de 4,2 bilhões de dólares (20,7 bilhões de reais) este ano para fornecer a ajuda necessária à Ucrânia e aos seus refugiados, mas teme não alcançar este objetivo devido à emergência da guerra em Gaza, que agora está no centro da atenção mundial.
A OIM observou que aqueles que voltaram para casa também enfrentam múltiplos desafios, como "insegurança, perda de meios de subsistência e casas e infraestruturas danificadas", disse Soda Federico, diretor do programa de resposta humanitária e recuperação.
"Temos que nos concentrar na recuperação econômica", defendeu.
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