HORROR NO ORIENTE MÉDIO

Guerra Israel/Hamas: Pela 3ª vez, EUA vetam cessar-fogo; veja argumento

Em uma mudança de tom, o governo do presidente Joe Biden sugeriu uma suspensão momentânea dos ataques em Gaza, mas rejeitou a proposta do Conselho de Segurança da ONU

Pela terceira vez, o governo dos Estados Unidos vetou a resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidos (ONU) para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Porém, os representantes do presidente norte-americano, Joe Biden, subiram o tom em relação ao governo de Israel ao apresentarem uma proposta alternativa de trégua temporária na região. Washington alertou Israel sobre Rafah — onde se concentram os palestinos refugiados — , local que se transformou em um novo alvo.

No Conselho de Segurança, a votação da resolução obteve 13 votos a favor e um contra. O Reino Unido se absteve. Para a medida ser considerada, é necessário o apoio de todos. A sessão foi cercada de muita tensão, uma vez que horas antes do debate sobre o tema, Israel fez ofensiva em Gaza, na região de Rafah, último refúgio para os palestinos que tentam escapar da guerra.

Sem o cessar-fogo, fica mais distante a negociação do fim do conflito, que segue para o quinto mês. A proposta no Conselho de Segurança foi apresentada pela Argélia. Amar Bendjama, representante argelino no conselho, afirmou que votar contra a resolução implica "uma brutal violência contra os palestinos". A resolução incluía a suspensão temporária dos ataques, a libertação dos reféns e o levantamento das restrições à entrega de ajuda humanitária.

Para a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield, Biden rejeitou o cessar-fogo na tentativa de permitir que as partes envolvidas na guerra busquem negociar o fim do conflito. Em mensagem a Israel, a proposta alternativa dos Estados Unidos diz que a grande ofensiva a Rafah "não deve prosseguir nas atuais circunstâncias". O representante russo da ONU, Vasili Nebenzya, criticou a sugestão dos Estados Unidos. Segundo ele, Washington pretendia "desviar a atenção do último e vergonhoso exercício de veto" por parte dos norte-americanos.

Reações

O enviado palestino da ONU, Riyad Mansour, classificou o veto americano como "absolutamente imprudente e perigoso", alertando que "a mensagem enviada" é que "Israel pode continuar conseguindo o que quer". A decisão gerou uma onda de críticas não só por parte da China e da Rússia, que rejeitaram o forte apoio norte-americano a Israel, mas também de aliados de Washington como França, Malta e Eslovênia.

"O número de vítimas e a situação humanitária são intoleráveis e as operações israelenses devem parar", declarou o embaixador francês da ONU, Nicolas de Riviere. O representante argelino, Amar Bendjama, afirmou, por sua vez, que "lamentavelmente o Conselho de Segurança falhou mais uma vez".

O Conselho de Segurança vive uma divisão interna em relação à questão israelense-palestina. Desde a eclosão da guerra, em 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas atacou, foram aprovadas duas resoluções essencialmente humanitárias e sem grandes resultados.

Membros 

O Conselho de Segurança é o único órgão do sistema internacional capaz de adotar decisões obrigatórias para todos os 193 membros da ONU. O órgão é formado por cinco países permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Irlanda do Norte, além dos Estados Unidos. Há, ainda, mais 10 que ocupam os assentos de forma temporária, por dois anos, escolhidos regionalmente. 

Os 10 assentos não-permanentes são distribuídos regionalmente — cinco para os Grupos dos Estados Africanos e dos Estados Asiáticos; um para o Grupo dos Estados da Europa de Leste; dois para o Grupo da América Latina e Estados das Caraíbas; e dois para o Grupo dos Estados da Europa Ocidental e outros Estados.

Os mandatos atuais rotativos estão com Argélia, Guiana, Coreia do Sul, Serra Leoa e Eslovênia, Japão, Equador, Moçambique, Suíça e Malta. Em 2023, o Brasil chegou a ocupar a presidência do grupo, mas o mandato temporário acabou em dezembro do ano passado.

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Pela terceira vez, o governo dos Estados Unidos vetou a resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidos (ONU) para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. Porém, os representantes do presidente norte-americano, Joe Biden, subiram o tom em relação ao governo de Israel ao apresentarem uma proposta alternativa de trégua temporária na região. Washington alertou Israel sobre Rafah — onde se concentram os palestinos refugiados — , local que se transformou em um novo alvo.

No Conselho de Segurança, a votação da resolução obteve 13 votos a favor e um contra. O Reino Unido se absteve. Para a medida ser considerada, é necessário o apoio de todos. A sessão foi cercada de muita tensão, uma vez que horas antes do debate sobre o tema, Israel fez ofensiva em Gaza, na região de Rafah, último refúgio para os palestinos que tentam escapar da guerra.

Sem o cessar-fogo, fica mais distante a negociação do fim do conflito, que segue para o quinto mês. A proposta no Conselho de Segurança foi apresentada pela Argélia. Amar Bendjama, representante argelino no conselho, afirmou que votar contra a resolução implica "uma brutal violência contra os palestinos". A resolução incluía a suspensão temporária dos ataques, a libertação dos reféns e o levantamento das restrições à entrega de ajuda humanitária.

Para a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield, Biden rejeitou o cessar-fogo na tentativa de permitir que as partes envolvidas na guerra busquem negociar o fim do conflito. Em mensagem a Israel, a proposta alternativa dos Estados Unidos diz que a grande ofensiva a Rafah "não deve prosseguir nas atuais circunstâncias". O representante russo da ONU, Vasili Nebenzya, criticou a sugestão dos Estados Unidos. Segundo ele, Washington pretendia "desviar a atenção do último e vergonhoso exercício de veto" por parte dos norte-americanos.

Reações

O enviado palestino da ONU, Riyad Mansour, classificou o veto americano como "absolutamente imprudente e perigoso", alertando que "a mensagem enviada" é que "Israel pode continuar conseguindo o que quer". A decisão gerou uma onda de críticas não só por parte da China e da Rússia, que rejeitaram o forte apoio norte-americano a Israel, mas também de aliados de Washington como França, Malta e Eslovênia.

"O número de vítimas e a situação humanitária são intoleráveis e as operações israelenses devem parar", declarou o embaixador francês da ONU, Nicolas de Riviere. O representante argelino, Amar Bendjama, afirmou, por sua vez, que "lamentavelmente o Conselho de Segurança falhou mais uma vez".

O Conselho de Segurança vive uma divisão interna em relação à questão israelense-palestina. Desde a eclosão da guerra, em 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas atacou, foram aprovadas duas resoluções essencialmente humanitárias e sem grandes resultados.

Membros 

O Conselho de Segurança é o único órgão do sistema internacional capaz de adotar decisões obrigatórias para todos os 193 membros da ONU. O órgão é formado por cinco países permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Irlanda do Norte, além dos Estados Unidos. Há, ainda, mais 10 que ocupam os assentos de forma temporária, por dois anos, escolhidos regionalmente. 

Os 10 assentos não-permanentes são distribuídos regionalmente — cinco para os Grupos dos Estados Africanos e dos Estados Asiáticos; um para o Grupo dos Estados da Europa de Leste; dois para o Grupo da América Latina e Estados das Caraíbas; e dois para o Grupo dos Estados da Europa Ocidental e outros Estados.

Os mandatos atuais rotativos estão com Argélia, Guiana, Coreia do Sul, Serra Leoa e Eslovênia, Japão, Equador, Moçambique, Suíça e Malta. Em 2023, o Brasil chegou a ocupar a presidência do grupo, mas o mandato temporário acabou em dezembro do ano passado.