TRUMP

Trump terá que pagar R$ 1,76 bilhão por fraudar finanças de empresa

Ex-presidente norte-americano foi processado pela procuradora-geral do estado de Nova York em setembro de 2022 por mentir sobre os ativos de sua empresa para conseguir melhores condições em empréstimos bancários

O ex-presidente americano Donald Trump deve pagar uma multa de U$ 354 milhões (que equivalem a cerca de R$ 1,76 bilhão) por aumentar os números do balanço de sua empresa imobiliária, a Trump Organization. Trump ainda está proibido de fazer negócios no estado de Nova York por três anos.

A decisão foi tomada pelo juiz Arthur Engordon nesta sexta-feira (16/2) e atende ao pedido da procuradora-geral do estado, Letitia James, que processou Trump e sua organização em setembro de 2022 por mentirem sobre os valores de ativos e de seu patrimônio líquido. O intuito seria conseguir condições mais favoráveis em empréstimos bancários e seguros.

Segundo a procuradora, o ex-presidente teria inflado seu patrimônio em até US$ 2,23 bilhões (R$ 11,9 bilhões) em demonstrações fornecidas a bancos e seguradoras durante mais de dez anos. Entre os imóveis com valores aumentados estavam a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, seu apartamento de cobertura na Trump Tower, em Manhattan, e edifícios de escritórios e campos de golfe.

Dois dos filhos de Trump, Don Jr. e Eric, também foram condenados na ação e deverão pagar US$ 4 milhões (R$ 20 milhões) cada um.

O valor da multa foi calculado por Letitia ao somar o dinheiro que Trump teria ganhado com a declaração incorreta de seus ativos; os bônus pagos aos funcionários da Organização Trump que participaram do esquema; e o lucro obtido de maneira ilícita em dois negócios imobiliários.

De acordo com especialistas, o valor pode impactar significativamente os negócios e as finanças do ex-presidente. Segundo a Forbes, a fortuna de Trump é estimada em US$ 2,6 bilhões (R$ 12,93 bilhões).

Na condenação, o juiz Engordon afirmou que os envolvidos no processo são incapazes de admitir o erro de seus procedimentos. "A falta de arrependimento e remorso beira o patológico. Ao invés disso (de se arrepender), eles adotam uma postura de 'não vi nada, não digo nada' que as evidências desmentem", disse o juiz.

Alina Habba, advogada que defende Trump neste caso, alegou que a decisão é injusta e resultado de uma "caça às bruxas" com motivações políticas.

O ex-presidente e seus filhos vão recorrer da decisão.

Mais Lidas