O advogado especial que investiga se Hunter Biden usou o poder e o prestígio de seu pai, o presidente Joe Biden, para obter milhões de dólares em pagamentos de uma empresa ucraniana, acusou um informante do FBI de mentir, segundo um documento federal.
Alexander Smirnov, 43, foi acusado de fabricar acusações de que o filho de Biden exigiu dinheiro para proteger a Burisma (de cuja administração ele fazia parte naquela época) de uma investigação.
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As acusações de Smirnov foram usadas pelos republicanos como prova de que os Biden estavam envolvidos em uma operação criminosa, o que alguns membros do partido usam como justificativa para suas tentativas de destituir o presidente democrata.
A acusação de um grande júri apresentada ontem em uma corte federal da Califórnia aponta que, durante pelo menos uma década, Smirnov agiu como "uma fonte confidencial humana" para o FBI, fornecendo informações para investigações criminais.
"Apesar das repetidas advertências de que deveria fornecer informações verdadeiras ao FBI, e não fabricar provas, o demandado proporcionou informações depreciativas falsas ao FBI" sobre Joe e Hunter Biden, diz o documento.
A acusação afirma que, em junho de 2020, Smirnov contou ao seu agente pela primeira vez sobre reuniões que, segundo ele, haviam ocorrido entre quatro e cinco anos antes, nas quais executivos da Burisma disseram que contrataram Hunter Biden para terem "proteção, por meio do seu pai, contra qualquer tipo de problema".
Smirnov disse ao FBI que os executivos afirmaram terem pago "especificamente US$ 5 milhões (R$ 25 milhões)" a Joe Biden e Hunter Biden para que Hunter "se encarregasse de todos esses assuntos por meio do seu pai". O documento diz que se referiam a uma investigação criminal a cargo do então procurador-geral ucraniano sobre a Burisma.
"Os acontecimentos sobre os quais o demandado informou seu agente em junho de 2020 foram fabricados", aponta o documento legal. "O demandado transformou sua rotina e contatos comerciais não extraordinários com a Burisma em 2017 em alegações contra Joe Biden, após expressar preconceito contra Biden e sua candidatura".
Smirnov, que tem residência permanente nos Estados Unidos, segundo o jornal New York Times, foi preso na véspera, no aeroporto internacional de Las Vegas, quando retornava do exterior, informou o Departmento de Justiça nesta quinta-feira. Ele é acusado de declaração falsa e de criar registros falsos em sua relação com uma investigação do FBI, o que pode resultar em uma pena de até 25 anos de prisão.
A acusação de que Hunter Biden usou o nome de seu pai em benefício próprio é o eixo de uma narrativa do Partido Republicano de que Joe Biden é corrupto.