A esposa de Julian Assange alertou, nesta quinta-feira (15), em Londres, que o fundador do Wikileaks "morrerá" se for extraditado para os Estados Unidos, que quer julgá-lo por espionagem.
"Sua saúde está piorando, fisicamente e mentalmente. Sua vida está em perigo a cada dia que ele permanece na prisão e se for extraditado, ele morrerá", disse Stella Assange em uma coletiva de imprensa na capital britânica.
O Tribunal Superior de Justiça de Londres examinará na próxima semana, terça e quarta-feira, um novo recurso do australiano contra sua extradição para os Estados Unidos, onde está sendo processado por vazamento em massa de documentos confidenciais.
O grupo de apoio ao fundador do WikiLeaks 'Free Assange' advertiu, em um comunicado, em dezembro, que este julgamento em Londres "poderia ser a última oportunidade para evitar sua extradição para os Estados Unidos".
Dois juízes britânicos irão examinar a decisão do Tribunal Superior de Justiça de Londres, tomada em 6 de junho, de negar a Assange a permissão para recorrer de sua extradição para os Estados Unidos, aceita em junho de 2022 pelo governo britânico.
Se Assange falhar nesta última tentativa perante a justiça britânica, ele terá esgotado todas as vias de recurso no Reino Unido.
No entanto, um último recurso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) "ainda é possível", afirmaram seus seguidores em dezembro.
O australiano de 52 anos está sendo processado nos Estados Unidos por ter publicado desde 2010 mais de 700.000 documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas do país norte-americano, especialmente no Iraque e no Afeganistão.
Por isso, Assange corre o risco de ser condenado a 175 anos de prisão, acusado de espionagem.
Assange foi detido pela polícia britânica em 2019, após sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar extradição para a Suécia, acusado de agressão sexual.
O detido está há quatro anos na prisão de alta segurança de Belmarsh, a leste de Londres.
A campanha 'Free Assange' o apresenta como um mártir da liberdade de imprensa.
O governo britânico aceitou sua extradição em junho de 2022, mas Julian Assange apelou, o que atrasou sua entrega.
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