OTAN

Aliados reforçam críticas à ameaça de Trump a Otan

No sábado, o ex-presidente e candidato republicano afirmou que, se eleito, não defenderia os países da aliança militar que estão atrasados nos seus pagamentos e encorajaria a Rússia a atacá-los

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não pode ser uma aliança "a la carte" e depender do estado de espírito do presidente dos EUA, alertou o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, em resposta a declarações de Donald Trump. "Sejamos sérios! A Otan não pode ser uma aliança 'a la carte'", disse o diplomata espanhol. "A Otan existe ou não existe, mas não vou perder tempo comentando qualquer ideia tola que surja durante esta campanha nos Estados Unidos", afirmou. 

No sábado, o ex-presidente dos EUA e candidato à Casa Branca causou comoção ao afirmar que, se eleito, não defenderia os países da aliança militar que estão atrasados nos seus pagamentos e encorajaria a Rússia a atacá-los. Em comício de campanha, o magnata republicano mencionou uma conversa com um líder da Otan, sem especificar quem. "Um dos presidentes de um grande país levantou-se e disse: 'Se não pagarmos e a Rússia nos atacar, irá proteger-nos?'", contou o magnata. Segundo ele, a sua resposta foi: "Não, eu não os protegeria; na verdade, encorajaria (a Rússia) a fazer o que quisesse."

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, classificou como "irresponsável e perigosa" a ameaça de Trump. "Qualquer relativização da garantia de assistência da Otan é irresponsável e perigosa, e beneficia apenas os interesses da Rússia", declarou o chefe de governo alemão. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da França, Stéphane Séjourné, declarou que a Europa precisa de um reforço à Otan. "Precisamos de um segundo seguro de vida, não como substituto, não contra a Otan, e sim como complemento", disse.

 


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