Baku - O presidente Ilham Aliyev foi reeleito para mais um mandato de sete anos no Azerbaijão. No cargo desde dezembro de 2003, Aliyev recebeu 93,9% dos votos, segundo pesquisa de boca de urna divulgada logo após o término da votação. O resultado oficial é esperado para ser proclamado na sexta-feira (9/2). Outros seis candidatos participaram da disputa.
Dados da Comissão Central Eleitoral, divulgados após o fechamento das urnas, indicam que 4.971.032 eleitores votaram neste ano, que representa 76,73% do colégio eleitoral. No Azerbaijão, o voto não é obrigatório.
A eleição presidencial deste ano no Azerbaijão é considerada histórica porque é a primeira realizada em todo o país, com o fim do conflito armado e a reconquista do território de Nagorno-Karabakh, em setembro do ano passado, pondo fim a uma guerra com grupos separatistas armênios. Desde o surgimento do país, com o fim da União Soviética, após a queda do Muro de Berlim, havia sempre uma região excluída do processo eleitoral por conta dos conflitos armados internos.
“Vimos uma fiscalização muito ampla, muito organizada, muito segura. É uma nação jovem, que está aperfeiçoando o processo democrático”, disse o senador Carlos Viana (Podemos-MG), um dos 790 observadores de todo o mundo acompanharam o processo, entre juízes, promotores e parlamentares.
O Azerbaijão está no centro dos olhares do mundo porque vai sediar, no fim do ano, a COP29— a cúpula do clima da Organização das Nações Unidas (ONU). Depois da COP28, realizada em Dubai, que sinalizou para a "eliminação gradual" do uso de combustíveis fósseis em todo mundo, o encontro de novembro, em Baku, deve apontar de onde virá o dinheiro para financiar a transição energética. Em 2025, será a vez do Brasil receber a discussão ambiental, com a COP30, em Belém. A expectativa do Itamaraty é de que, no fim do próximo ano, o debate se concentre, efetivamente, na mudança da matriz energética.
Por isso, o Azerbaijão ganha atenção especial. Com uma economia altamente concentrada na exploração do petróleo e do gás natural, o que trouxe muita riqueza e investimentos nas últimas duas décadas, o país é um bom exemplo sobre como enfrentar a prometida transição energética. Representantes de 109 veículos de comunicação de todo o mundo, entre eles o Correio Braziliense, acompanham a eleição no Azerbaijão. Ao todo, são 216 jornalistas credenciados.
O repórter viajou a convite do governo do Azerbaijão
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