Dois pré-candidatos à Prefeitura do município de Maravatío, no estado mexicano de Michoacán (oeste), foram assassinados na segunda-feira em diferentes incidentes, informou o Ministério Público regional nesta terça-feira (27/2).
A primeira vítima foi Miguel Ángel Reyes Zavala, médico que aspirava obter a candidatura do partido Morena, do presidente Andrés Manuel López Obrador, a prefeito do município, e que foi atacado a tiros na tarde de segunda-feira quando estava em seu veículo, indicaram fontes militares e policiais.
O ataque ocorreu quando ele estava "estacionado nos fundos da clínica San Rafael, onde trabalhava", localizada no bairro Rancho La Huerta, no centro de Maravatío, informou o MP de Michoacán em comunicado na noite de segunda-feira.
Zavala "apresentou ferimentos causados por disparo de arma de fogo", observou a agência.
O ataque foi realizado por dois pistoleiros que desceram de um carro branco, abordaram o político e atiraram nele à queima-roupa, e depois fugiram no mesmo veículo, segundo depoimentos colhidos pela polícia que investiga o caso.
Horas depois, o corpo de Armando Pérez Luna, pré-candidato do opositor Partido Ação Nacional (PAN) para o mesmo cargo, foi encontrado dentro de um carro com "ferimentos causados por disparos de arma de fogo", detalhou a polícia em uma breve declaração nesta terça-feira.
O PAN reagiu "aos assassinatos covardes" dos políticos e lembrou que "alertou há meses para a necessidade de instalação de uma mesa de segurança" face à violência naquela região.
Violência eleitoral
A onda de violência ligada ao crime organizado que abala o México também afeta os políticos, especialmente aqueles que ocupam ou aspiram a obter cargos municipais e estaduais.
As razões vão desde tentativas de grupos criminosos para subjugar os candidatos à sua autoridade e interesses até disputas sangrentas entre grupos de poder locais.
No México, 33 pessoas foram assassinadas em episódios de violência eleitoral entre 4 de junho e 7 de fevereiro, 16 das quais eram candidatas a algum cargo, segundo um estudo do Laboratório Eleitoral, uma empresa privada de análise e pesquisa.
Os assassinatos por violência eleitoral foram registrados em 13 dos 32 estados mexicanos, sendo Guerrero (sul) a entidade com maior incidência, com 8 homicídios, seguida por Veracruz (leste) e Michoacán, ambas com cinco crimes, indica o relatório.
Segundo dados oficiais, o México registrou mais de 420 mil assassinatos, a maioria atribuídos a organizações criminosas, desde o lançamento de uma controversa ofensiva militar antidrogas em dezembro de 2006.
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