JUSTIÇA

Nove militares aguardam sentença pela morte de seis indígenas na Guatemala

O coronel Juan Chiroy, o sargento Edin Agustín e sete soldados são acusados de abrir fogo contra os manifestantes da etnia maya k'iche'

Parentes seguram retratos de três vítimas de um despejo rodoviário realizado pelos militares em 2012, durante uma cerimônia maia em frente ao Palácio da Justiça na Cidade da Guatemala       -  (crédito: JOHAN ORDONEZ / AFP)
Parentes seguram retratos de três vítimas de um despejo rodoviário realizado pelos militares em 2012, durante uma cerimônia maia em frente ao Palácio da Justiça na Cidade da Guatemala - (crédito: JOHAN ORDONEZ / AFP)

Um tribunal da Guatemala vai anunciar nesta quarta-feira (28/2) a sentença do julgamento de nove militares acusados de matar seis indígenas durante a operação para desocupar uma rodovia bloqueada em 4 de outubro de 2012, um caso conhecido como o "Massacre do 'Cume do Alaska'".

O coronel Juan Chiroy, o sargento Edin Agustín e sete soldados são acusados de abrir fogo contra os manifestantes que bloqueavam a rodovia Interamericana em protesto contra o aumento da tarifa de energia elétrica e com outras reivindicações sociais.

Seis homens da etnia maya k'iche' morreram na operação, que aconteceu durante o governo do presidente de direita Otto Pérez (2012-2015), condenado em 2022 a 16 anos de prisão por corrupção, no que os líderes indígenas descrevem como o primeiro massacre executado pelas forças de segurança após o fim da guerra civil (1960-1996).

Mais de 30 manifestantes ficaram feridos e dois morreram depois. Os advogados das vítimas solicitarão ao tribunal que ordene ao Ministério Público uma ampliação das investigações.

O massacre aconteceu em um local conhecido como 'Cume do Alaska' devido à altitude e ao clima frio no trecho da rodovia entre os departamentos de Totonicapán e Sololá, quase 100 km ao oeste da capital.

Os militares permanecem em prisão domiciliar e proibidos de sair do país.

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postado em 28/02/2024 14:28 / atualizado em 28/02/2024 14:28
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