Um dormitório clandestino com capacidade para mais de 70 imigrantes foi descoberto durante uma operação de controle dos bombeiros em um pequeno estabelecimento comercial do Queens, em Nova York, anunciaram autoridades nesta terça-feira (27).
O proprietário do local, que se identificou como Ebou Sarr, é um senegalês de 47 anos que vive há anos na metrópole americana. Ele explicou que acolheu 74 pessoas, a maioria procedente do Senegal.
Sarr disse que busca ajudar compatriotas que não encontram um teto, enquanto Nova York luta para abrigar dezenas de milhares de recém-chegados.
Os bombeiros descobriram o local na tarde de ontem, após uma denúncia que relatava uma pilha de bicicletas elétricas em um quintal. Esse tipo de veículo se multiplicou na cidade devido aos serviços de entrega em domicílio.
"Durante a inspeção, as unidades encontraram condições de vida perigosas em cerca de 40 camas no térreo e no porão", informaram os bombeiros. "O espaço comercial do primeiro piso do prédio e o porão foram transformados ilegalmente em dormitórios, com 14 beliches e 13 camas espremidas nos dois andares", descreveu o serviço de fiscalização predial da cidade.
Atingida por uma crise imobiliária e pelo aumento do custo de vida, agravados pela pandemia de covid-19 e pela inflação, Nova York também enfrenta há meses a emergência de ter que abrigar dezenas de milhares de solicitantes de asilo que chegam aos Estados Unidos pela fronteira com o México.
A cidade, de 8,5 milhões de habitantes, adaptou hotéis e construiu instalações para alojar mais de 160 mil imigrantes desde a primavera de 2022, dos quais 68 mil ainda viviam na cidade em janeiro.
As regras também se tornaram mais rígidas, passando para um acolhimento limitado agora a 30 dias para adultos solteiros e 60 dias para famílias. Após esse período, os imigrantes têm que fazer uma nova solicitação.
"O que descobrimos ontem à noite também é sintoma de uma crise mais ampla de escassez de moradias", comentou a vice-prefeita de Habitação de Nova York, Maria Torres-Springer.
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