Mais de dois milhões de cabeças de gado morreram na Mongólia devido ao frio extremo, informou um funcionário do governo nesta segunda-feira (26).
Este país sem litoral enfrenta um inverno (no hemisfério norte) muito rigoroso entre dezembro e março, com temperaturas que chegam a -50ºC em algumas áreas.
Nos últimos meses, as condições foram mais severas do que o comum com nevascas muito intensas, segundo um relatório recente da ONU.
Até esta segunda-feira, 2,1 milhões de cabeças de gado morreram de fome e exaustão, informou Gantulga Batsaijan, funcionário do Ministério da Agricultura.
Segundo dados oficiais, a Mongólia tinha 64,7 milhões de rebanhos de gado, incluindo ovelhas, cabras, cavalos e bois, ao final de 2023.
O país possui um termo conhecido como "dzud" para descrever as condições extremas de inverno associadas a desastres que causam a morte de um grande número de animais.
A ONU afirma que a mudança climática aumenta a frequência e a intensidade dos "dzuds" durante o inverno.
Na última década, a Mongólia sofreu seis "dzuds", incluindo uma catástrofe em 2022-23, quando morreram 4,4 milhões de cabeças de gado.
O "dzud" atual foi intensificado por uma seca durante o verão que impediu que o rebanho acumulasse gordura suficiente para sobreviver ao inverno, que "começou com fortes nevascas, mas depois a temperatura aumentou e a neve derreteu", explicou à AFP o pastor Tuvshinbayar Byambaa.
Com a elevação da temperatura, a neve derreteu e se transformou em uma camada de gelo que impediu o gado de acessar a grama, acrescentou ele, relatando que este fenômeno obriga muitos pecuaristas a acumular dívidas para alimentar seus animais.
A Mongólia é um dos países com menor densidade populacional do mundo e cerca de 1,1 milhão dos 3,3 milhões de seus habitantes são nômades.
O governo prometeu ajudar o rebanho com a entrega de forragem para tentar evitar mais perdas de gado, uma vez que a pecuária é uma atividade essencial para esta economia que tem a carne e a caxemira como suas principais exportações.
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