Política Internacional

EUA lançam 'superpacote' com 500 sanções contra a Rússia

Casa Branca edita mais de 500 sanções a colaboradores de Putin um dia antes de a invasão à Ucrânia completar dois anos

No Cemitério Lychakiv, na cidade ucraniana de Lviv, o
No Cemitério Lychakiv, na cidade ucraniana de Lviv, o "Raio da Memória" ilumina túmulos de soldados - (crédito: AFP)

Os Estados Unidos lançaram, ontem, um superpacote de medidas punitivas contra a Rússia, o maior desde a invasão à Ucrânia, que completa hoje dois anos. De uma só vez, o presidente norte-americano, Joe Biden, atingiu mais de 500 pessoas e organizações de vários países. Além da guerra, a nova rodada de sanções também é uma resposta da Casa Branca à morte do russo Alexei Navalny, principal opositor do presidente Vladimir Putin.

“Se Putin não pagar o preço pela morte e destruição (que provoca), ele seguirá em frente”, alertou Biden.

Três funcionários públicos russos estão entre os alvos por envolvimento na morte de Navalny, anunciou o Departamento de Estado. Em Moscou, o líder russo participou de cerimônia do “Dia dos Defensores da Pátria” e elogiou “os heróis” que lutam no país vizinho.

Biden mencionou “mais de 500 novas sanções” contra “indivíduos vinculados ao encarceramento de Navalny” e contra “o setor financeiro, a indústria da defesa, as redes de abastecimento e os evasores de sanções em múltiplos continentes”.

Empresas de 26 Estados e cidadãos de 11 países, entre eles China e Alemanha, estão entre os punidos, sob a justificativa de alimentar a máquina de guerra russa ou ajudar o governo a driblar as sanções internacionais. Washington bloqueia seus ativos nos Estados Unidos e veta seu acesso a vistos. O Departamento de Comércio acrescentou mais de 90 empresas à sua lista de restrição.

O superpacote editado ontem eleva para mais de 4 mil as entidades e pessoas atingidas por Washington desde o início da guerra. A longa lista abrange numerosas empresas de tecnologia dos setores de semicondutores, óptica, drones e sistemas de informação, além de um instituto de matemática aplicada.

Asfixia financeira

O objetivo das medidas é limitar os recursos financeiros de que dispõe o governo russo para financiar a guerra contra a Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022. “Estamos tomando medidas para reduzir ainda mais a receita energética da Rússia. E pedi à minha equipe para aumentar o apoio à sociedade civil, aos meios de comunicação independentes e àqueles que lutam pela democracia em todo o mundo”, escreveu Joe Biden.

O sistema de pagamento russo Mir não escapou das medidas. Em um comunicado, o Departamento do Tesouro norte-americano assinalou que seu desenvolvimento “permitiu à Rússia construir uma infraestrutura financeira que lhe possibilita driblar as sanções e reconstruir os laços rompidos com o sistema financeiro internacional.”

Os cartões Mir, desenvolvidos em 2015 em resposta às sanções ocidentais após a anexação da Crimeia, um ano antes, permitem aos russos realizarem pagamentos e retirarem dinheiro em determinados países estrangeiros.

A proximidade do segundo aniversário da guerra provocou uma enxurrada de sanções internacionais. Países da União Europeia (UE) aprovaram o 13º pacote de medidas e o Reino Unido puniu mais de 50 personalidades e empresas. Apesar dessa mobilização, o PIB da Rússia cresceu 3,6% em 2023.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 24/02/2024 06:00
x