A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, expressou, nesta quarta-feira (21/2), seu "mal-estar" a seu par britânico David Cameron por sua visita recente às Ilhas Malvinas, cuja soberania é reivindicada por Buenos Aires, à margem da reunião do G20 no Rio de Janeiro.
Mondino transmitiu a Cameron, que viajou ao arquipélago há dois dias, "o mal-estar por suas declarações e sua visita às Ilhas Malvinas", e "reafirmou os direitos de soberania da República Argentina" sobre o território, assinalou Buenos Aires em comunicado.
Durante sua estadia na segunda-feira nas ilhas do Atlântico Sul, Cameron manifestou seu desejo de que os habitantes do território queiram seguir "para sempre" sob administração do Reino Unido.
Mondino e Cameron "reconheceram a existência de um desacordo", que a Argentina tem a "disposição" de resolver "em conformidade com o mandato da comunidade internacional", acrescenta a nota emitida pela Argentina.
Após a reunião, Mondino publicou na rede X uma foto ao lado de Cameron acompanhada da frase: "Colocando as coisas em seu lugar".
Um porta-voz do governo britânico disse depois do encontro que Cameron "reiterou o apoio contínuo do Reino Unido ao direito de autodeterminação dos habitantes das Falklands Islands", como os britânicos denominam as ilhas em inglês.
Contudo, ressaltou que isso "não impediria a cooperação em áreas que seriam mutuamente benéficas" para os dois países.
"Esperamos embarcar em uma nova era de relações entre Argentina e Reino Unido", escreveu Cameron no X depois do encontro.
A viagem de Cameron às Ilhas Malvinas ocorreu um mês depois de seu encontro com presidente argentino Javier Milei no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
A visita do ministro britânico foi classificada de "provocação" pelo governo da província argentina de Terra do Fogo, Antártica e Ilhas do Atlântico Sul, que inclui o território das Malvinas em seu mapa. Cameron foi declarado "persona non grata" nesta província.
Em 1982, a Argentina travou uma guerra com o Reino Unido pelas Malvinas, cuja soberania segue reivindicando. O conflito deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br