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Apartheid de Israel a palestinos é pior que na África do Sul, diz Pretória

"Como sul-africanos percebemos, vemos, escutamos e sentimos mais profundamente as políticas e práticas discriminatórias desumanas do regime israelense", diz

Esta foto tirada de Rafah mostra fumaça subindo sobre Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, durante o bombardeio israelense em 20 de fevereiro de 2024    -  (crédito: SAID KHATIB / AFP)
Esta foto tirada de Rafah mostra fumaça subindo sobre Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, durante o bombardeio israelense em 20 de fevereiro de 2024 - (crédito: SAID KHATIB / AFP)

Israel aplica nos territórios palestinos uma forma "mais extrema" de apartheid que o sofrido na África do Sul até 1994, declarou o representante de Pretória nesta terça-feira (20/2) ao principal tribunal da ONU em Haia.

"Como sul-africanos percebemos, vemos, escutamos e sentimos mais profundamente as políticas e práticas discriminatórias desumanas do regime israelense como forma mais extrema que o Apartheid institucionalizado contra as pessoas negras de meu país", declarou Vusimuzi Madonsela, embaixador da África do Sul nos Países Baixos, onde fica a sede da Corte Internacional de Justiça (CIJ).

A CIJ iniciou esta semana uma série de audiências sobre as "consequências legais" da ocupação de Israel dos territórios palestinos desde 1967, depois que a Assembleia Geral da ONU solicitou a "opinião consultiva" da corte em dezembro de 2022.

No total, 52 países (um recorde), incluindo Estados Unidos, Rússia e China, devem se pronunciar no processo em Haia.

"O apartheid de Israel deve terminar", insistiu Madonsela, ao destacar que a África do Sul tem uma "obrigação especial" de denunciar o apartheid onde quer que aconteça e velar para que "acabe imediatamente".

As audiências que começaram na segunda-feira correspondem a um caso independente do recurso de emergência apresentado pela África do Sul, que argumenta que Israel violou a Convenção para a Prevenção de Genocídios durante a ofensiva em Gaza.

A CIJ ainda não se pronunciou sobre a questão, mas em 26 de janeiro pediu a Israel para evitar qualquer eventual ato de genocídio, sem pedir um cessar-fogo.

As audiências acontecem em um cenário de pressão internacional sobre Israel pela guerra em Gaza, provocada pelo ataque do movimento palestino Hamas em 7 de outubro.

O ataque dos milicianos islamistas ao sul de Israel matou 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais israelenses.

Israel respondeu com uma grande ofensiva em Gaza com o objetivo de "aniquilar" o Hamas, que governa o território palestino desde 2007. Segundo o movimento palestino, esta operação militar deixou mais de 29.000 mortos.

 

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postado em 20/02/2024 10:43 / atualizado em 20/02/2024 10:43