O governo de Israel decidiu realizar uma reunião, nesta segunda-feira (19/2), com o embaixador do Brasil no país, Frederico Meyer, no Museu do Holocausto, em Jerusalém. Incialmente, o encontro ocorreria no Ministério das Relações Exteriores, mas houve uma mudança de protocolo. A ideia das autoridades israelenses é fazer um ato simbólico e uma conversa de "repreensão" após as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparando a guerra na Faixa de Gaza com o Holocausto. As informações são da CNN.
No domingo (18/2), Lula acusou Israel de cometer genocídio contra civis palestinos na Faixa de Gaza e comparou as ações com a campanha de Adolf Hitler para exterminar os judeus. O presidente brasileiro acrescentou que o conflito "não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças".
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"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou Lula durante coletiva em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou como convidado da cúpula anual da União Africana.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, repudiou aos comentários de Lula, classificando-os de "vergonhosos e graves", e anunciou que o governo convocou o embaixador do Brasil em Israel. O encontro ocorrerá nesta segunda-feira.
"Ao comparar com o Holocausto a guerra de Israel em Gaza contra o Hamas, uma organização terrorista genocida, o presidente Lula desonra a memória dos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas e demoniza o Estado judeu como o mais virulento dos antissemitas. Deveria sentir vergonha", disse Netanyahu.
Além disso, diante da assembleia anual da União Africana, cúpula que reúne os chefes de Estado dos 55 países do continente, Lula voltou a defender a existência de um Estado palestino. "A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado palestino", enfatizou.
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