No momento em que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se prepara para uma reunião, amanhã (20), para votar o cessar-fogo na faixa de Gaza, o gabinete israelense rejeita qualquer proposta que sugira a criação de um Estado Palestino e a divisão do território de Israel. Enquanto isso, a guerra segue sem muitas perspectivas de trégua, após os Estados Unidos ameaçar impedir uma nova resolução da ONU sobre o cessar-fogo. Benjamin Netanyahu também pretende realizar uma incursão em Rafah.
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O Conselho de Segurança da ONU transferiu para amanhã a votação de uma resolução pedindo a suspensão dos ataques em Gaza. A ideia é viabilizar ajuda a inúmeros civis. Os membros do conselho intensificaram as negociações para tentar evitar outro veto dos Estados Unidos.
Segundo o jornal The Times of Israel, o encontro estava marcado para esta segunda-feira à tarde, mas foi desmarcado porque as negociações estavam sendo realizadas para fazer com que os Estados Unidos, o aliado de Israel, se abstivessem ou votassem a favor da resolução do cessar-fogo.
A proposta era para o "cessação urgente e sustentável das hostilidades" para o acesso humanitário. No entanto, o texto deve ser alterado para uma forma mais branda para agradar os norte-americanos, disseram os diplomatas, de forma anônima, ao jornal. Ontem houve mais bombardeios sobre Gaza.
Os Estados Unidos já vetaram uma resolução do Conselho de Segurança, em 8 de dezembro, aceita por quase todos os membros e outros países que exigiam um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza. A Assembleia Geral de 193 membros aprovou por maioria um texto parecido em 12 de dezembro por uma votação de 153 a 10, com 23 abstenções.
Sem saída
O maior hospital que ainda resta no sul de Gaza "quase não funciona", alertou anteontem a Organização Mundial da Saúde (OMS) da ONU. Há depoimentos sobre danos na unidade ortopédica do Hospital Nasser, o que minimizou sua capacidade de oferecer cuidados urgentes, afirmou o porta-voz da OMS, Tarik Jaarevi, em uma conferência de imprensa em Genebra. "Mais degradação do hospital significa mais vidas perdidas", frisou.
Segundo a agência da ONU, dos 36 hospitais localizados no meio da guerra, somente 11 estão funcionando. Há também relatos sobre a morte de diversos pacientes durante os ataques. Os militares israelenses afirmam que o Hamas mantinha reféns ou retinha corpos no complexo de Nasser.
Os esforços para pôr fim aos combates coincidem com a determinação de Benjamin Netanyahu de realizar uma incursão em Rafah. Cerca de 1,4 milhão de palestinos estão aglomerados nesse lugar na fronteira com o Egito, a maioria deslocados de outras regiões bombardeadas por Israel.
Pelo menos 10 pessoas morreram na madrugada de ontem durante ataques contra a cidade, o último núcleo urbano onde as tropas israelenses ainda não entraram, e contra Deir al Balah, no centro de Gaza, afirmou a agência oficial Palestina Wafa.
Rejeição
Segundo The Times of Israel, o gabinete israelense aprovou, ontem, por unanimidade, uma declaração rejeitando "ditamentos internacionais" que visam a criação de um Estado palestino. "Israel rejeita totalmente os ditames internacionais relativos a um acordo permanente com os palestinos", afirmava a decisão. "Um acordo, se for alcançado, ocorrerá exclusivamente por negociações diretas entre as partes, sem condições prévias." O ministro Gideon Sa'ar, membro do gabinete de emergência, comparou essa proposta ao apaziguamento dos nazistas em 1938.
"Tal reconhecimento na sequência do massacre de 7 de outubro seria uma recompensa enorme e sem precedentes ao terrorismo e frustraria qualquer futuro acordo de paz", reiterou Sa'ar. Em resposta à decisão, um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirmou ao The Times of Israel que a melhor maneira de alcançar um fim duradouro para a crise em Gaza que proporcione paz e segurança duradouras, tanto para israelitas como para palestinianos, "é o nosso forte compromisso com a criação de um Estado Palestino." "Como tal, os Estados Unidos continuam a apoiar a solução de dois Estados e a opor-se a políticas que ponham em perigo a sua viabilidade ou contradigam os nossos interesses e valores mútuos."
Como tudo começou
Em 7 de outubro de 2023, o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, promoveu um ataque surpresa contra Israel, matando 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses. Sequestraram também 250 pessoas, 130 permanecem em Gaza, incluindo os corpos de 30 que teriam morrido, segundo o governo israelense.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que avança para o 5º mês. Os ataques deixaram 28.985 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. Dos 36 hospitais da região, apenas 11 estão funcionando.
Saiba Mais
Relembre
Em 7 de outubro de 2023, o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, promoveu um ataque surpresa contra Israel, matando 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses. Sequestraram também 250 pessoas, 130 permanecem em Gaza, incluindo os corpos de 30 que teriam morrido, segundo o governo israelense.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que avança para o 5º mês. Os ataques deixaram 28.985 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. Dos 36 hospitais da região, apenas 11 estão funcionando.
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