Israel diz que dois reféns israelenses foram resgatados em um ataque em Rafah, no sul de Gaza, em meio a relatos de fortes ataques aéreos israelenses na cidade.
Os militares israelenses afirmam que os dois homens estão em "boas condições médicas".
O Crescente Vermelho Palestino relatou que a cidade de Rafah, onde 1,5 milhões de pessoas estão abrigadas, está sob ataque — com relatos de várias mortes.
Israel confirmou ter conduzido ataques no sul de Gaza, mas não forneceu mais detalhes.
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Nas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que durante uma "operação conjunta noturna entre as IDF, a ISA [Agência de Segurança de Israel, ou Shin Bet] e a Polícia de Israel, dois reféns israelenses do Kibutz Nir Yitzhak foram resgatados: Fernando Simon Marman (de 60 anos) e Louis Har (de 70)".
Os reféns resgatados foram levados ao Centro Médico Sheba, no centro de Israel, para exames. A IDF postou imagens noturnas de um helicóptero pousando em um local não especificado. Não está claro se os dois homens resgatados estavam a bordo.
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, descreveu a operação de resgate como "impressionante". Ele disse: "Nós continuaremos cumprindo nosso compromisso de resgatar os sequestrados, de qualquer forma".
A imprensa israelense informou que os reféns foram mantidos no segundo andar de um prédio em Rafah.
Armon Aek, diretor interino do Sheba Medical Center, disse: "Estou muito feliz em anunciar que esta noite dois reféns libertados desembarcaram aqui".
"Eles foram recebidos em nosso pronto-socorro. O exame inicial foi realizado por nossa equipe e eles estão em condição estável."
Os militares israelenses lançaram operações na Faixa de Gaza depois de mais de 1.200 pessoas terem sido mortas no sul de Israel, em 7 de outubro, por homens armados do Hamas, que também tomaram cerca de 240 pessoas como reféns. Alguns desses reféns foram posteriormente libertados.
O resgate em Rafah ocorreu pouco depois de testemunhas relatarem dezenas de ataques aéreos israelenses durante a noite no norte e no centro da cidade.
Os residentes locais disseram à BBC que helicópteros e barcos também estiveram envolvidos no ataque.
Há relatos conflitantes sobre as vítimas: a agência de notícias AFP disse que 52 palestinos — incluindo crianças — foram mortos, citando o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. A Reuters estimou o número de mortos em 37, citando também autoridades de saúde de Gaza.
No domingo (11/2), o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas em Gaza disse que mais 112 palestinos haviam sido mortos pelos militares israelenses no dia anterior, elevando o número total para mais de 28,1 mil e mais de 67,5 mil feridos.
Vários países e organizações internacionais alertaram Israel contra a ofensiva na cidade.
Um funcionário de alto escalão da ONU disse à BBC que não há nenhum lugar seguro para as pessoas em Rafah irem agora.
Rafah – na fronteira com o Egito – é o único ponto de entrada aberto para ajuda humanitária em Gaza.
No domingo, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que uma ofensiva em Rafah não deveria ter acontecido sem garantias para segurança dos civis.
Biden disse que Israel precisa de um "plano confiável e executável" para proteger mais de um milhão de pessoas na cidade, segundo a Casa Branca.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, disse anteriormente que "mais da metade da população de Gaza está abrigada na área". A Arábia Saudita havia alertado sobre "repercussões muito sérias" se Rafah fosse atacada.
Netanyahu insistiu que iria em frente com a operação e que um plano estava sendo preparado.
Mas os líderes do Hamas em Gaza disseram que poderia haver "dezenas de milhares" de vítimas, alertando que qualquer operação também prejudicaria as negociações sobre uma possível libertação de reféns israelenses detidos no território.
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