Vaticano canoniza 1ª santa argentina em visita de Milei ao Papa Francisco

Na visita de Milei ao Papa Francisco, o Vaticano canonizou a primeira santa argentina - (crédito: FILIPPO MONTEFORTE / AFP e HANDOUT / VATICAN MEDIA / AFP)

O Vaticano canonizou, neste domingo (11/2), a primeira santa argentina. A solenidade ocorreu no dia em que o presidente da Argentina, Javir Milei, visitou o papa Francisco e abraçou o pontífice. Diante de centenas de fiéis, o ultraliberal curvou-se para cumprimentar e abraçar seu compatriota. Antes de concorrer à presidência, Milei havia xingado o papa de "imbecil" e "representante do mal".

Esta fotografia tirada em 11 de fevereiro de 2024 e divulgada pela assessoria de imprensa do Vaticano mostra o Papa Francisco (L) abraçando o presidente argentino Javier Milei HANDOUT / VATICAN MEDIA / AFP
Esta fotografia tirada em 11 de fevereiro de 2024 e divulgada pela assessoria de imprensa do Vaticano mostra o Papa Francisco (L) cumprimentando o presidente argentino Javier Milei HANDOUT / VATICAN MEDIA / AFP
O Papa Francisco (L) senta-se ao lado do presidente da Argentina, Javier Milei HANDOUT / VATICAN MEDIA / AFP

O papa Francisco e Milei acumulam algumas divergências. Ao longo do seu papado, Francisco criticou os excessos e as desigualdades geradas pelo liberalismo, enquanto Milei, um economista ultraliberal de extrema direita, que tomou posse em 10 de dezembro, está empenhado em uma política privatizadora.

Santa argentina

Na missa, a santa canonizada foi a beata Maria Antonia de Paz y Figueroa, conhecida como Mama Antula (1730 -1799). Ela é considerada a pioneira na defesa dos direitos humanos na Argentina, durante o vice-reinado colonial espanhol do Río de La Plata.

"Teve uma vida de compromisso com os excluídos, que eram indígenas, escravizados, negros e camponeses", disse à AFP Cintia Suárez, coautora da biografia de Mama Antula, junto com a italiana Nunzia Locatelli.

Segundo o pároco da basílica Nuestra Señora de La Piedad — onde Mama Antula foi sepultada —, o movimento de pessoas no mausoléu aumentou nos últimos "tempos difíceis". O religioso fez referência à crise econômica vivenciada na Argentina. "As pessoas rezam por pão, trabalho e paz. Rezam pelo nosso país que tanto precisa", diz Raúl Laurencena.

*Com informações da AFP