O homenageado do Google desta quinta-feira (1º/2) é o escritor e ativista norte-americano James Baldwin. Por meio da ferramenta doodle, a empresa de tecnologia relembra o legado de James para a justiça social e celebra o mês da História Negra dos Estados Unidos. James Baldwin nasceu em 2 de agosto de 1924 na cidade de Nova York. Ele cresceu no Harlem e ajudou a criar seus oito irmãos.
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Aos 24 anos, Baldwin tomou a decisão de se mudar para Paris. A distância de Nova York permitiu que o ativista escrevesse com mais liberdade sobre sua experiência pessoal. Ele escreveu ensaios como Notas de um Filho Nativo, Ninguém Sabe Meu Nome e O Fogo da Próxima Vez. Ele lançou seu segundo romance, Giovanni's Room, em 1956. A obra foi um das primeiras a trazer caracterizações aprofundadas sobre a homossexualidade, muito antes de o movimento sobre os direitos LGBTQIA+ ganhar força no mundo.
Nos anos seguintes, Baldwin continuou a escrever ensaios e romances que abordavam de frente as tensões raciais na América. Em 1974, ele escreveu If Beale Street Could Talk , uma trágica história de amor ambientada no Harlem. A história foi posteriormente adaptada para um filme homônimo vencedor do Oscar em 2018. No ano de 1986, Baldwin recebeu o Commandeur de la Légion d'honneur, que é a mais alta ordem de mérito francesa.
"Ele recebeu vários prêmios durante e após sua vida. Mas a influência de Baldwin é muito maior do que qualquer prêmio – as suas obras proporcionaram uma representação valiosa a pessoas cujas histórias muitas vezes não eram contadas e inspiraram muitos líderes dos direitos civis que, por sua vez, fizeram progressos na sociedade que impactaram gerações. Obrigado, James Baldwin, pelas suas enormes contribuições para o cânone literário – a sua voz moldou a forma como abordamos as conversas sobre identidade e justiça social", destaca o Google.
Amor pela família e leitor ávido
A sobrinha de James Baldwin, Darlene Burnett, agradeceu a homenagem do Google ao tio. "Jimmy, como era carinhosamente conhecido, muitas vezes era responsável por cuidar de seus irmãos e irmãs. Seu amor e preocupação pelos irmãos mais novos chegaram às sobrinhas e sobrinhos que se beneficiaram amorosamente de sua presença. Jimmy era um leitor ávido e visitante regular da Biblioteca Pública de Nova York. Ele passava inúmeras horas examinando as estantes de livros, construindo seu léxico de palavras e conhecimento enquanto se absorvia entre as capas dos livros", destacou Darlene.
"Uma voz ativa no movimento dos Direitos Civis, Jimmy falou veementemente contra os males raciais do seu país. Um país que amou e criticou abertamente, mas que se sentiu forçado a partir para os braços mais abrangentes da Europa. Jimmy apareceu no mundo como ele mesmo. Ele não se desculpou e foi ousado em seu discurso, em seus escritos e em sua sexualidade. Sempre que voltava para casa era abraçado pelos braços acolhedores de sua família e pelo profundo amor maternal de sua mãe, Berdis", emendou a sobrinha do escritor.
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