O bilionário Elon Musk disse na segunda-feira (29/1) que sua empresa Neuralink implantou com sucesso um chip cerebral sem fio em um ser humano pela primeira vez.
Os resultados iniciais detectaram picos de neurônios ou impulsos nervosos. O paciente está se recuperando bem, disse Musk.
O objetivo da empresa é conectar cérebros humanos a computadores. Musk disse que quer ajudar a tratar condições neurológicas complexas.
Outras empresas rivais já implantaram dispositivos semelhantes.
A BBC News entrou em contato com a Neuralink e o regulador médico dos EUA, Food and Drug Administration (FDA), para obter mais informações.
A empresa de Musk recebeu permissão do FDA para testar o chip em humanos em maio, após várias tentativas anteriores para obter aprovação.
Isso abriu caminho para o início do estudo de seis anos em que um robô está sendo usado para colocar cirurgicamente 64 fios flexíveis — mais finos que um fio de cabelo humano — em uma parte do cérebro que controla a "intenção de movimento", de acordo com a Neuralink.
A empresa afirma que esses fios permitem que seu implante experimental, alimentado por uma bateria que pode ser carregada sem fio, registre e transmita sinais cerebrais sem fio para um aplicativo que decodifica como a pessoa pretende se mover.
Na rede social X (antigo Twitter), Musk escreveu que o primeiro produto da Neuralink se chamaria Telepathy.
Telepathy, segundo Musk, permitiria "o controle do seu telefone ou computador e, através deles, quase qualquer dispositivo, apenas com o pensamento".
"Os primeiros usuários serão aqueles que perderam o uso dos membros", continuou ele.
"Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um datilógrafo ou leiloeiro. Esse é o objetivo", disse Musk, em referência ao falecido cientista britânico que sofria de uma doença neurológica.
Embora o envolvimento de Musk traga publicidade para o trabalho da Neuralink, sua empresa enfrenta rivais, alguns dos quais têm um histórico de duas décadas.
A Blackrock Neurotech, com sede em Utah, implantou sua primeira de muitas interfaces cérebro-computador em 2004.
A Precision Neuroscience, formada por um cofundador da Neuralink, também visa a ajudar pessoas com paralisia. E seu implante se assemelha a um pedaço muito fino de fita que fica na superfície do cérebro e pode ser implantado através de uma "micro-fenda craniana". A empresa alega que este é um procedimento muito mais simples.
Os dispositivos existentes também já produziram resultados. Em dois estudos científicos recentes nos EUA, implantes foram usados para monitorar a atividade cerebral quando uma pessoa tentava falar, o que poderia então ser decodificado para ajudá-la a se comunicar.