Os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram novos ataques no Iêmen, afirmou a agência de notícias dos rebeldes huthis na madrugada desta terça-feira (23, noite de segunda em Brasília), antes de ambas as potências ocidentais confirmarem a informação.
As forças "britânico-americanas realizam ataques na capital Saná e em várias províncias" do país, indicou a agência Saba em um breve alerta em árabe.
Ambos os países declararam em um comunicado conjunto que realizaram ataques contra "oito alvos huthis no Iêmen, em resposta aos contínuos ataques dos huthis ao tráfego internacional e comercial, bem como aos navios de guerra que transitam pelo Mar Vermelho".
Os ataques "foram direcionados especificamente contra um centro de armazenamento subterrâneo dos huthis e contra locais relacionados às capacidades de vigilância aérea e de mísseis dos huthis", segundo o comunicado.
"Esses ataques de precisão visam interromper e degradar as capacidades que os huthis têm para ameaçar o comércio mundial e a vida de marinheiros inocentes", detalhou.
Além disso, o texto acrescentou que o grupo rebelde havia realizado "uma série de ações ilegais, perigosas e desestabilizadoras" desde os anteriores ataques aéreos conjuntos dos Estados Unidos e do Reino Unido.
De acordo com a rede de televisão Al Masira dos huthis, quatro ataques tiveram como alvo a base militar de Al Dailami, ao norte da capital, controlada pelos rebeldes.
Dois meses de ataques
Os huthis, um movimento apoiado pelo Irã e que apoia o Hamas palestino em seu conflito com Israel, reivindicaram nesta segunda-feira um ataque a um navio militar dos Estados Unidos na costa do Iêmen.
As forças huthis "realizaram uma operação militar dirigida ao navio de carga militar dos Estados Unidos Ocean Jazz no Golfo de Aden", afirmou o porta-voz do movimento, Yahya Saree.
Questionado pela AFP, um funcionário de defesa dos EUA classificou a informação como "falsa".
Desde meados de novembro, os huthis têm atacado o que consideram navios ligados a Israel no Mar Vermelho em solidariedade aos palestinos de Gaza, perturbando o tráfego marítimo e levando os Estados Unidos e o Reino Unido a realizar ataques retaliatórios.
Desde então, os huthis declararam que os interesses americanos e britânicos também são alvos legítimos.
Além da ação militar, Washington está tentando exercer pressão diplomática e financeira sobre os huthis, e na semana passada voltou a rotulá-los como uma entidade "terrorista" após ter retirado essa etiqueta logo depois que o presidente Joe Biden assumiu o cargo.
Os rebeldes reiteraram na segunda-feira que "responderão a qualquer ataque" contra o Iêmen e continuarão "impedindo os navios israelenses" de cruzar o Mar Vermelho e o Golfo de Aden até o final da guerra no território palestino.
O Iêmen é apenas uma parte da crescente crise no Oriente Médio relacionada à guerra em Gaza, onde os bombardeios incessantes e a ofensiva terrestre de Israel causaram a morte de pelo menos 25.295 pessoas, segundo o Ministério da Saúde do território.
A campanha de Israel começou depois que os ataques sem precedentes do Hamas em outubro causaram a morte de cerca de 1.140 pessoas em Israel, na maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.
O aumento das tensões e da violência no Oriente Médio, com a participação de grupos apoiados pelo Irã no Líbano, Iraque, Síria e Iêmen, tem avivado o medo de um conflito regional mais amplo.
Saiba Mais
-
Mundo A improvável história de amor entre influencer de direita e guerrilheiro comunista na Colômbia
-
Mundo A brutal corrida no gelo que pode acabar devido às mudanças climáticas
-
Ciência e Saúde 7 dicas para uma relação mais saudável com seu celular
-
Mundo Por que algumas crianças são geniais — e qual o impacto disso
-
Mundo O jovem israelense preso por se negar a lutar na guerra em Gaza: 'Mais violência e sangue não vão levar a nada'
-
Mundo Eleições nos EUA: por que vitória de Trump em New Hampshire praticamente decide escolha republicana