Equador e Estados Unidos concordaram, nesta segunda-feira (22), em cooperar na luta contra o narcotráfico, ampliar o acesso aos mercados e aumentar os investimentos visando gerar empregos no país sul-americano, informou a ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld.
A visita de autoridades americanas de alto escalão "é um sinal político poderoso e concreto de apoio dos Estados Unidos à administração do presidente Daniel Noboa no conflito armado não internacional contra o terrorismo, o narcotráfico e o crime organizado transnacional", declarou Sommerfeld à imprensa após quase três horas de reunião.
À reunião compareceram o assessor presidencial especial para as Américas, Christopher Dodd, a comandante do Comando Sul, Laura Richardson, e o subsecretário adjunto da Oficina de Assuntos Antinarcóticos, Christopher Landberg.
De acordo com a Presidência equatoriana, que não forneceu detalhes, "ambas as partes concordaram em aumentar a cooperação em segurança e defesa".
Sommerfeld acrescentou que para o seu país "é uma prioridade ampliar o acesso aos mercados (...) assim como atrair investimentos e financiamento" visando criar um "ecossistema de prosperidade" no Equador.
Durante o encontro em Quito, do qual se esperavam maiores anúncios sobre cooperação em segurança, os países também decidiram "trabalhar para alcançar uma migração ordenada, segura e regular", disse Sommerfeld.
Esta é a segunda vez que Dodd e Richardson visitam o Equador, que enfrenta há duas semanas uma investida do crime organizado ligado a cartéis mexicanos e colombianos após a fuga de Adolfo Macías, conhecido como Fito, chefe da gangue Los Choneros.
A violência aumentou quando um grupo de criminosos armados tomou um canal de televisão durante uma transmissão ao vivo. O Executivo declarou um conflito armado interno e ordenou uma luta sem trégua contra gangues de narcotráfico, às quais classificou como "terroristas".
A embaixada dos Estados Unidos em Quito havia indicado que a delegação visitaria o Equador para "considerar opções para acelerar a cooperação bilateral em segurança".
Mais cedo, em uma entrevista ao canal Teleamazonas, Noboa expressou que "o Equador se tornou uma peça-chave dentro da estrutura e das rotas desses grupos narcoterroristas".
"Se conseguirmos ter controle total aqui no Equador, a região melhora", disse o presidente.
Os Estados Unidos, que há meio século têm sido defensores da chamada guerra às drogas, assinaram em 2023 um memorando de entendimento com o Equador que delineia uma agenda de cooperação para enfrentar a situação de segurança.
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