Oriente Médio

Rebeldes huthis alvejam embarcação dos Estados Unidos

A operação teria sido uma retaliação aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido no território iemenita, em 11 de janeiro passado

Os rebeldes huthis, xiitas aliados do Irã que controlam o oeste do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa, e o porto de Hodeida, lançaram mísseis contra o navio de carga norte-americano MV Gibraltar Eagle, no Golfo de Áden. A operação teria sido uma retaliação aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido no território iemenita, em 11 de janeiro passado. "Realizamos uma operação militar contra um barco americano no Golfo de Áden, com uma série de mísseis apropriados, atingindo-os de forma precisa e direta", anunciou Yahya Saree, porta-voz militar dos huthis, por meio da plataforma X (antigo Twitter).

"Por volta das 16h (10h em Brasília), milicianos huthis apoiados pelo Irã dispararam um míssil balístico antinavio (...) e atingiram o M/V Gibraltar Eagle", um cargueiro com bandeira das Ilhas Marshall, de propriedade americana, informou o Comando Militar dos EUA no Oriente Médio (Centcom). "O navio não relatou feridos ou danos significativos e prosseguiu viagem."

Muhammad Nasser Al-Bukhaiti, 50 anos, membro do gabinete político do Ansar Allah (nome oficial do Movimento Huthi), afirmou ao Correio que os rebeldes alvejam apenas os navios que tenham alguma ligação com Israel. "O objetivo não é afundar ou apreender as embarcações, mas desviá-las de seu curso em direção ao caminho da boa esperança. A intenção é aumentar o custo econômico para Israel. Um meio de pressão para deter os crimes de genocídio em Gaza e suspender o embargo sobre o território", explicou.

Ele classificou os ataques no Mar Vermelho como atos legítimos. "Estamos em um estado de guerra com Israel. Nós alertamos, anteriormente, aos navios associados a Israel para não passarem pelo Mar Vermelho. Alguns deles não responderam, o que nos forçou a bombardeá-los", disse Al-Bukhaiti. Um dos líderes dos huthis, o iemenita criticou os bombardeios anglo-americanos da semana passada. "São uma agressão injustificável e imoral, que levaram a expandir o conflito no Oriente Médio", advertiu.

Faixa de Gaza

Em sua guerra contra o movimento fundamentalista islâmico Hamas, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, assegurou que os palestinos vão governar a Faixa de Gaza depois dos combates. "Ao final da guerra não vai haver uma ameaça militar a partir de Gaza. O Hamas não vai poder governar, nem funcionar como força militar na Faixa de Gaza", declarou. Ele acrescentou que o futuro governo será uma "alternativa civil". No entanto, deixou claro que as Forças de Defesa de Israel (IDF) terão "liberdade de operação".

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, voltou a cobrar um "cessar-fogo humanitário imediato". De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 24.100 palestinos morreram desde 7 de outubro, depois que extremistas invadiram o sul de Israel, mataram 1.140 pessoas e sequestraram 250 — 132 delas permanecem cativos em Gaza. Em vídeo, o Hamas anunciou a morte dos reféns israelenses Yossi Sharabi, 53 anos, e Itai Svirsky, 38, em suposto bombardeio ao enclave. 

 


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