Os pré-candidatos Nikki Haley e Ron DeSantis apresentaram seus programas de governo, na quarta-feira (10), no último debate antes da votação nas primárias presidenciais republicanas dos Estados Unidos, mas perderam a oportunidade de ganhar terreno sobre o favorito e grande ausente, Donald Trump.
O encontro presencial aconteceu cinco dias antes da primeira disputa pela indicação no estado de Iowa, vista como crucial para reduzir o número de candidatos e dar aos restantes um trampolim para o resto da corrida.
Trump goza de uma vantagem esmagadora, apesar das múltiplas acusações legais contra ele. Recusa-se a participar dos debates televisivos, alegando que não tem nada a ganhar enfrentando rivais menos populares no horário nobre.
Sem nenhum outro candidato qualificado para o debate e após o abandono de Chris Christie, o maior crítico de Trump, da corrida, esperava-se que Haley e DeSantis atacassem o ex-presidente de forma mais direta do que em debates anteriores.
Rapidamente se tornou claro, porém, que estavam competindo para ser o acompanhante de Trump nas primárias, em vez de procurarem reduzir sua vantagem.
DeSantis, governador da Flórida e um conservador linha-dura, deu o tom desde o início ao chamar Haley de "política comedida que só diz o que ela acha que você quer ouvir".
"Donald Trump se apresenta para defender seus interesses. Nikki Haley se apresenta para defender os interesses de seus doadores. Eu me apresento para atacar seus problemas e os de sua família e para mudar este país", expressou, usando uma de suas frases favoritas de campanha.
Haley, ex-governadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora americana na ONU, atacou os gastos excessivos de campanha de DeSantis e dirigiu, repetidamente, os telespectadores para um site dedicado a listar todas as "mentiras" de seu oponente.
- Promessas não cumpridas -
Grande parte da campanha em Iowa se viu ofuscada, na última semana, pelos problemas jurídicos enfrentados por Trump. Na terça-feira, ele se ausentou para comparecer a uma audiência em Washington por acusações de uma suposta conspiração para anular as eleições de 2020 e deve voltar ao tribunal nesta quinta-feira por um caso de fraude em Nova York.
O tema do magnata surgiu no início do debate, mas Haley se ateve ao roteiro, repetindo um comentário de campanha de que ele era "o presidente certo na hora certa", mas que "seu caminho" não é o mesmo dela.
Ela criticou Trump brevemente por suas falsas afirmações de que as eleições de 2020 foram roubadas e por defender a invasão do Capitólio em 2021, mas ficou ofuscada quando questionada se achava que ele via a Constituição de maneira diferente da dela.
DeSantis foi mais duro com Trump, destacando o que chamou de histórico ruim do pré-candidato favorito na contenção da desordem pública, suas promessas quebradas sobre a segurança das fronteiras e seu fracasso em atacar a corrupção em Washington.
Trump, que frequentemente organiza uma "contraprogramação" para desviar a atenção dos debates, participava ao mesmo tempo de um evento da Fox News na capital do estado, Des Moines, sua primeira aparição ao vivo na emissora em dois anos.
Ele disse que DeSantis estaria "trabalhando em uma pizzaria, ou talvez em um escritório de advocacia", sem sua ajuda em sua carreira. E procurou acalmar os temores de que abandonará o Estado de direito se voltar à Casa Branca, garantindo aos telespectadores que "não seria um ditador".
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