O primeiro-ministro de Papua Nova Guiné, James Marape, declarou nesta quinta-feira (11) estado de emergência por 14 dias, após tumultos que causaram 15 mortes, saques e estabelecimentos comerciais destruídos.
A violência eclodiu na capital, Port Moresby na noite de quarta-feira, após o protesto de um pequeno grupo de soldados, policiais e agentes penitenciários contra o governo, devido a reduções em seus salários.
Em poucas horas, os distúrbios estenderam-se à cidade de Lae, cerca de 300 quilômetros a norte da capital deste país insular do Pacífico.
"Hoje decretamos estado de emergência por 14 dias na capital da nossa nação", anunciou Marape. Mais de 1.000 soldados estão posicionados para "controlar qualquer situação que possa surgir no futuro", acrescentou.
O comissário de polícia David Manning já havia relatado que 15 pessoas morreram em distúrbios na capital e em Lae.
O maior hospital de Port Moresby atendeu 25 pessoas com ferimentos de balas e outras seis com cortes de facão, segundo dados fornecidos à AFP.
Imagens da AFPTV mostraram saques na capital, onde pessoas quebraram vitrines e carregaram itens roubados em caixas de papelão, carrinhos de supermercado e baldes de plástico.
Outras imagens mostraram edifícios e carros em chamas, com espessas nuvens de fumaça sobre partes da capital.
A Embaixada dos Estados Unidos em Port Moresby disse que tiros foram disparados perto de suas instalações, enquanto a polícia tentava "dispersar grupos de saqueadores".
Pequim apresentou uma queixa formal porque nos tumultos, segundo sua diplomacia, vários estabelecimentos comerciais chineses foram danificados, e dois de seus cidadãos sofreram "ferimentos leves".
As forças de segurança organizaram um protesto no Parlamento depois de perceberem que seus salários haviam sido reduzidos.
Embora o governo tenha prometido rapidamente corrigir o que chamou de falha técnica, não foi suficiente para impedir que outros cidadãos descontentes se juntassem aos tumultos.
Este surto de violência reflete a situação instável neste país localizado a apenas 200 quilômetros da costa norte da Austrália.
Embora tenha enormes reservas de gás, ouro e minerais, grupos de direitos humanos estimam que 40% dos seus nove milhões de habitantes vivem abaixo do limite da pobreza.
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